34 - All the symptoms of a girl with a broken heart


Eu saí correndo pelo corredor até as escadas do prédio. O salto alto não ajudou na minha corrida, mas eu não ia parar e andar agora. As lágrimas ajudaram ainda menos.

Ele terminou comigo. Depois de tudo o que nós passamos. Como eu pude acreditar que ele era diferente? E eu... Eu amo aquele homem. Ou o homem que eu achei que ele fosse. Eu estava apaixonada, e acabei de receber uma facada nas costas. Chorar era a única coisa que eu podia fazer agora.

Cheguei à portaria e percebi que eu não tinha rumo, não tinha nenhum lugar em mente para ir. Comecei a andar, mesmo assim. Quando percebi, estava chegando ao Central Park. Nunca tinha ido ali à noite, nem sozinha, mas estava transtornada demais para voltar ou pedir informações. Do jeito que eu estava, provavelmente, me levariam para um hospital. Sentei num banquinho qualquer e tudo o que eu consegui fazer foi chorar mais baixo do que antes.

Lembrei de todos os momentos dos últimos três meses. O pedido de namoro. O anel de âncora, que eu tirei do dedo pela primeira vez agora e coloquei dentro da bolsa. Todas as músicas, os sorrisos, as flores, tudo foi mentira. Eu me entreguei a ele como só tinha me entregado a uma pessoa a vida toda... E ele fez isso. A maior vontade que eu tenho agora é de voltar no dia 18 de abril e ser uma péssima entrevistadora. Fazer perguntas clichês e não esperar pelas respostas. Ele não se interessaria por mim, não me reconheceria no brunch e hoje, nós seríamos só colegas de trabalho. Mas voltar no tempo é impossível. Eu tenho que seguir em frente, eu sei. Mas não hoje. Hoje eu só vou me perguntar o que poderia ter sido.

- Você está bem? – Alguém me perguntou em inglês, mas eu tive a impressão de que conhecia aquela voz.
- Sim, eu estou b... – Parei de falar quando levantei a cabeça para ver quem tinha falado comigo. Não podia ser. Era coincidência demais.
- Anne? – Ele pareceu estar tão espantado quanto eu.
- Eric... – Eu não conseguia formular uma frase completa.
- Anne, você está bem? O que aconteceu? O que você está fazendo aqui, não mora em Los Angeles? Meu Deus, não acredito que te encontrei! – Eu ainda estava tentando processar os acontecimentos recentes. Eu não tinha mais namorado. Josh me enganou. Eric apareceu. E estava na minha frente esperando por uma resposta.
- Eu estou bem, Eric, não se preocupe.
- Não sei se você mudou em dois anos, mas você não costumava chorar em lugares públicos... – Ele disse enquanto se sentava ao meu lado. – O que houve?
- Longa história. Que eu não sei se você vai querer ouvir...
- Algum namorado idiota te deixou assim?
- Está tão na cara?
- Eric, você vem conosco? – Um amigo dele disse a uns dez metros do banco onde nós estávamos.
- Não, vocês podem ir. Ela é... – Ele olhou para mim. – uma velha amiga. Do Brasil. Vejo vocês amanhã!
- Eric, não, vai com eles, eu vou ficar bem.
- Pelo visto você continua teimosa, né? – Eu tive que rir, mesmo com o rosto molhado de lágrimas.
- Tem coisas que não mudam.
- Vamos sair daqui, está congelando. Você já jantou?
- Não... Mas eu não acho que vou conseguir comer alguma coisa agora...
- Nem brigadeiro?
- Brigadeiro? Aqui? Isso vai soar patético, mas eu acho que mataria por um prato brigadeiro agora. – Isso Anne, você já está no fundo do poço, se balança agora para se sujar mais na lama.
- Se eu te disser que achei uma loja de artigos brasileiros semana passada e que a minha despensa está cheia de latas de leite condensado e chocolate em pó você me poupa do seu banho de sangue? – Ficou claro que ele não tinha esquecido de mim. E que ele ainda era capaz de quase tudo para me agradar.
- Só se você tiver alguma coisa mais forte que chocolate quente para beber.
- Agora você bebe assim, fora de eventos importantes? – Ele pareceu espantado.
- Pois é, algumas coisas mudam.
- Você acha mesmo que não tem nada mais forte na minha casa?  - Ele brincou.
- Viu, isso não mudou! – Ele riu e eu me espantei de ter feito uma piadinha, mesmo que sem graça.
- Vamos? – Eu não sei onde eu estava com a cabeça de aceitar ir para a casa do Eric assim. Mas ele ainda era meu ex-namorado. De todos, o único que não tinha me magoado no final. Achei que ele merecia um voto de confiança.
- Sim. Onde você mora?
- Num prédio do Upper East. Dá para ir andando... – Nós começamos a caminhar.
- Não acredito. Eu moro... estou num apartamento no Upper West.
- Então só o Central Park nos separava... Há quanto tempo você está aqui em Nova Iorque?
- Há quase um mês...
- Trabalhando?
- Sim. O filme que eu estou cobrindo com a Isa e a Ju veio filmar aqui... – Falei. Eric não sabia muita coisa sobre o meu trabalho.
- Isabella e Julie estão aqui com você? Elas também saíram do Brasil? – Parecia que eu tinha muita coisa para contar a ele.
- Nós dividimos um apartamento em Los Angeles. Aqui em Nova Iorque também, mas esse pedaço da história é mais complicado.
- Tem a ver com o cara que te deixou chorando no meio do Central Park?
- Culpada.
- Qual é o nome dele? – Ele, com certeza ia lembrar.
- Josh... – Ele olhou para mim com a sobrancelha levantada.
- Você arrumou um namorado com o mesmo nome do Josh Hutcherson? – Ops.
- Hum... Ele não tem só o mesmo nome do Josh Hutcherson... – Ele pensou e ligou uma coisa à outra. 
- Peraí. O seu namorado é o Josh Hutcherson? Anne... Como... Hã?
- Ex-namorado. – Eu o corrigi, mas nem eu mesma tinha me convencido daquilo. – Eu te disse, longa história.
- Você conseguiu conhecer o tal do Josh... E ainda namorou com ele! Essa história vai ser longuíssima. – Eric tinha ciúmes de Josh quando nós namorávamos. Na época em que eu nem sonhava que ia namorar com ele.
- E eu só vou contar depois da terceira taça de vinho.
- Definitivamente, você mudou muito.
- Você não tem noção de quanto. Mas, fala de você... Desistiu da Itália e veio para Nova Iorque.?
- Conheci muita gente na Itália, fiz muitas amizades. Algumas que não duraram nem uma semana... Mas outras mais duradouras. Um amigo desses é o Giovanni. Ele é dono de uma rede de academias. Abriu uma aqui em Nova Iorque e eu vim administrar.
- Então você vai morar aqui de vez?
- Vou. E você, vai voltar para LA?
- As gravações aqui acabam em um mês... E nós voltamos para LA para o fim das gravações e finalização do filme.
- Ah... – Ele pareceu desapontado. – Nós chegamos. – Ele disse quando nós paramos na portaria de um prédio parecido com o de Ian no Upper East. – Vamos subir?
- Vamos.
- Ah, Anne... Você se importa se eu falar em português com você?
- Não! Às vezes é bom saber que eu ainda sei falar português.
- Você sente falta de casa?
- Todos os dias. Mas já me acostumei com a vida americana. Tudo bem que Nova Iorque é quase outro mundo de tão diferente de Los Angeles, mas... Você sabe, isso aqui sempre foi o meu sonho.
- Sei sim... – Entramos no elevador e ele apertou o 10.
- Décimo andar, Eric? – Ele tinha medo de altura.
- Eu respiro fundo toda vez que entro no elevador. E nunca, em ocasião alguma, eu fico mais de vinte segundos na janela. – Eu ri, outra vez.
- Mas a vista lá de cima deve ser linda...
- É sim... Mas eu sou daqueles que apreciam com moderação.
- Moderação forçada.
- Detalhes... – Saímos do elevador, e como no prédio de Ian, só havia um pequeno hall e duas portas no corredor. Quando entrei, confirmei a suspeita de que o apartamento era o andar inteiro. Era gigante.  E eu podia jurar que aquilo não tinha sido decorado por Eric, quando nós estávamos pensando em ca... Lembranças impróprias.
- Wow. Eric, seu apartamento é lindo.
- Obrigado. A decoradora fez um bom trabalho. – Eu sabia que não tinha sido ele. – Hum, vamos logo fazer esse brigadeiro? Ainda não comi desde que comprei o leite condensado.
- Você já sabe cozinhar, Eric?
- Brigadeiro eu sei. Não pergunta do resto. – Assenti. – Vamos, a cozinha é por aqui. – E que cozinha... Cabiam três da nossa de LA dentro dessa.

Ele fez o brigadeiro. Me surpreendi  porque ele sabia fazer de verdade. Pegamos vinho, taças e fomos para a sala enquanto o brigadeiro esfriava. Depois de anos sem comer um desses, achamos melhor não arriscar a comer quente. Continuamos conversando, colocando os assuntos em dia. Dois anos sem nenhum contato para pessoas que eram tão próximas quanto nós dois significavam muita história para contar. Mas ele não esqueceu do motivo do nosso encontro.

- Pronto, agora você já tomou a terceira taça de vinho. Pode falar o que aconteceu com o Josh. Eu ainda te conheço, você deve estar morrendo para desabafar. E nenhum dos sorrisos que você deu desde a hora em que nos encontramos foi inteiro. Você está triste. – Respirei fundo.
- Antes, eu preciso saber de uma coisa... Você foi à Broadway no fim do mês passado?
- Fui. Dia 21.
- Assistiu The Little Mermaid?
- Hum... – Ele relutou em admitir. – Assisti. Uma ex-namorada minha me fez gostar dessa história... – Eu. – Como você sabe que eu estava lá?
- Eu te vi. Josh me levou para assistir a montagem da Broadway de surpresa e no final, você passou na nossa frente, com o programa da peça na mão.
- Por que você não falou comigo?
- Ah, claro, ia ser lindo chegar pro Josh e falar: “Olha, esse aqui é o meu ex-namorado brasileiro, aquele que só terminou comigo porque mudou de país. Aquele com quem eu provavelmente estaria namorando até hoje se nós dois ainda morássemos no Brasil”. – Merda. Vinho falando.
- Você nunca foi muito forte com bebida, né? Acho melhor você parar com esse vinho... – Ele tentou tirar a taça da minha mão, mas eu não deixei.
- Eu só vou conseguir falar sobre o que aconteceu comigo assim. De qualquer forma, você já me viu pior do que isso.
- Você só vai ficar bem depois de falar.
- Hum, eu não vou ficar bem nem depois de falar, Eric.
- Então começa. – Contei tudo. Desde a entrevista até a briga de hoje cedo, passando por Vanessa e os nossos jantares de aniversário de namoro arruinados. Tomei só mais uma taça de vinho enquanto falava, mas parei por ali, se bebesse mais eu não ia conseguir lembrar o endereço de volta para casa. – Que canalha. Ele te enganou, você não merecia isso.
- Eu me apaixonei, Eric. Esse foi o problema... É tão estranho falar disso com você. – Eu ri.
- Não tem problema algum. Antes de ser seu namorado, eu era seu amigo. E ainda sou.
- Obrigada.  – Eu estava exausta. Chorar cansava. Eric fez de tudo para me distrair, nós conversamos por horas depois que eu contei do Josh. Falei do Ben e das histórias engraçadas de Julie, eu e Isabella nas primeiras semanas em LA. Ele tinha pagado quase a mesma quantidade de micos em Milão. Ele falou da única namorada italiana que ele teve e pelo o que ele descreveu, não pude não reparar em como ela era parecida comigo. 
- Anne, sabe do que eu lembrei?
- Do que? – Eu já estava com sono...
- Do brigadeiro!
- Nossa, eu não estou bem mesmo, Esquecer do brigadeiro...
- Vou na cozinha pegar.
- Ok. – Encostei a cabeça numa almofada e quando abri os olhos, a claridade da janela já me incomodava. Demorei a reconhecer o lugar onde estava, mas quando olhei para a decoração branca e preta, me lembrei. A sala da Eric. Eu estava sem os sapatos, com um travesseiro embaixo do pescoço e um cobertor. Tentei me levantar, mas a dor de cabeça me fez voltar para o travesseiro. Ressaca. Peguei a minha bolsa para olhar as horas no celular. Eram quase nove da manhã. Mas o que me chamou a atenção foram as 37 chamadas não atendidas. Várias de Julie, Isabella, Keegan, Ian e uma de Josh. Por que raios ele me ligou, hein? Agora ficou preocupado?
- Bom dia, Sleeping Beauty. – Eric falou com uma caneca gigante de café na mão.
- Bom dia, Eric. Ai, desculpa. Eu adormeci aqui, né? – Eu disse enquanto levantava devagar e pegava o café.
- Não, Anne, você capotou. Eu fui buscar o brigadeiro e quando voltei, você estava dormindo. Achei melhor não te acordar, você estava exausta.
- Desculpa, eu não queria te dar trabalho.
- Você deu muito trabalho dormindo aí, é claro.
- Quanto eu bebi? Estou morrendo de dor de cabeça.
- Quase a garrafa inteira.
- Meu Deus. – Meu celular vibrou ao meu lado no sofá. Era Isabella. – É a Isa. Ela e Julie devem estar pirando... Tenho que atender. – Ele assentiu.

- Oi, Isa.
- ANNE! Graças a Deus! Onde você está, hein? O que aconteceu? Josh saiu daqui logo depois de você, não explicou nada, nós passamos a noite tentando falar com vocês dois!
- Isa, por favor, fala baixo, estou de ressaca.
- Você bebeu? Anne, você bebeu e está sozinha na rua? ONDE VOCÊ ESTÁ? A gente vai te buscar!
- Isa, baixo. Eu não estou na rua. Passei a noite na casa de um... na casa do Eric.
- Eric? Que Eric? – Dei um tempo para ela ligar o nome à pessoa. – Meu Deus, você achou o Eric? Como assim, Anne? E o Josh? Vocês brigaram, né?
- Longa história, Isabella. O apartamento do Eric é no Upper East, eu vou pegar um táxi e vou para casa daqui a pouco. Não vou trabalhar hoje. Quando eu chegar, explico tudo a vocês.
- Mas você está bem, né?
- Fisicamente, sim, pode ficar despreocupada. Daqui a pouco eu chego.
- Ok, Ann. Eu e Julie estamos te esperando.

- Eric, obrigada por ter me deixado passar a noite aqui, mas eu preciso ir para casa agora.
- Ok, vamos descer, eu te levo.
- Não, Eric, eu pego um táxi. – Eu conhecia aquela expressão. Não ia conseguir discutir...
- Você vai mesmo tentar discutir?
- Tenho chances de vitória?
- Você sabe que não.

 Fiz todos os esforços possíveis para não pensar em Josh no caminho para casa. Eu e Eric fomos conversando normalmente, e eu até que me saí bem.

- É aqui. – Disse quando ele passou na frente do prédio de Ian.
- Anne... Seria muito estranho se eu pedisse seu número de celular americano?
- Só se você não me desse o seu. – Trocamos os números de celular.
- Não vamos perder o contato outra vez, ok?
- Ok. Eu... Eu tenho que subir. Obrigada, outra vez. – Um abraço desconfortável.
- Posso ligar para saber de você mais tarde?
- Pode.
- Tchau Anne.
- Tchau Eric.

Assim que entrei no apartamento, Isabella e Julie saíram correndo e pularam no meu pescoço.

- Anne, graças à Deus, você matou a gente de preocupação! – Julie disse.
- Desculpa, não foi a minha intenção... Mas ontem eu não estava pensando muito bem.
- O que aconteceu com você e o Josh? – Lembrar daquela história toda ali, onde tudo aconteceu e sem a ajuda do álcool foi arrebatador para mim. Não respondi.
- Anne, pelo amor de Deus, o que houve? – Isabella perguntou.
- Ele terminou comigo.
- É O QUE?
- Como assim, meu Deus?
- Eu explico a vocês lá em cima. – Nós subimos e quando chegamos ao quarto, tudo ainda estava quase do mesmo jeito de antes. Meu notebook estava no mesmo lugar onde eu havia deixado na cama no dia anterior quando ele chegou.

Eu já sabia o que ia fazer. Enquanto explicava tudo o que tinha acontecido às meninas, peguei a minha maior mala no canto do quarto onde eu e Josh havíamos deixado as malas vazias... A mochila dele não estava ali. Abri a minha mala em cima da cama.

- Anne, o que você vai fazer? – Julie perguntou, me interrompendo.
- Vou para um hotel. Não posso ficar aqui com ele. – Eu abri o armário e parei quando percebi que metade das roupas dele não estava mais nos cabides. – Parece que ele foi mais rápido. – Aquilo foi a gota d’água. Eu não precisava mais me controlar para não pensar no que havia acontecido. Não precisava fingir força. Não ali. Não com elas. Me ajoelhei no chão e comecei a chorar. Isabella e Julie me abraçaram no mesmo momento e eu chorei mais ainda. Elas não falaram nada até que eu me acalmasse. – Ele me enganou. Eu podia esperar isso que qualquer um, menos dele. – Elas me deixaram falar, do mesmo jeito que Eric fez na noite anterior. – E sabe o que é pior? Eu o amo. Mas parece que o amor dele não era tão verdadeiro quanto parecia.

Enxuguei as lágrimas e me levantei. Peguei todas as roupas dos meus cabides de uma vez só e joguei dentro da mala.

- Anne, não vai... Fica aqui com a gente! – Julie pediu.
- Eu não posso ficar sozinha nesse quarto. Não com todas as lembranças que ele traz pra mim... A gente vai se ver todos os dias no set. E eu vou falar com vocês por telefone. Mas não dá mais para ficar aqui com ele... E menos ainda sem ele. – Antes de continuar a arrumar as minhas malas, lembrei de uma coisa. Peguei a minha bolsa e tirei de dentro dela o anel que ele me deu quando nós começamos a namorar. Coloquei em cima do livro que ele estava lendo, na mesinha de cabeceira, ele ia ter que voltar para buscar em algum momento. Acabou. 

Música do capítulo de hoje: 
Cry, Rihanna:
Pessoas lindas do meu coração, tive uns probleminhas
pessoais esses dias e não postei antes. Mil desculpas.
Mas agora vou voltar ao ritmo normal, ok? hehe

5 comentários:

  1. OMG, um capítulo cheio de drama - que eu adoro- mas me deixou triste! Ai Deus, Ann e Josh me deixaram emotivca demais. E o Eric... não tenho a mínima ideia do que vai acontecer e tô nervosa!
    Não suma mais, ok?
    Adorei o cap, Ari ^^

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  2. ai chesusss, quanta coisa! To adorando (:

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  3. DRAAAAAAAAAAAAAAAAAMA QUE EU AMO kk twin, como sempre divando <3

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