24 - Never gonna leave this bed


Quando voltei para o quarto, Josh ainda estava dormindo. Já disse que eu não tinha coragem de acordá-lo? Ele tinha um meio sorriso nos lábios e isso o deixava com o semblante quase angelical. Aí eu lembrei das últimas oito horas e deixei o semblante angelical de lado. Depois que consegui parar de babar, troquei de roupa e decidi arrumar a minha bolsa para ir para a casa dele. Tentei pegar pouca coisa, afinal era só um final de semana e em último caso, eu podia voltar em casa e buscar algo que precisasse. Peguei as coisas de higiene, escovas de cabelo e maquiagem primeiro. Tentei passar rápido pela gaveta de lingerie, mas não resisti a adicionar uma peça rendada ao fundo da bolsa. Peguei shorts, camisetas e um casaco. Quando estava colocando as roupas na bolsa, quase dei um grito de susto quando ouvi a voz dele.

- Pra que tanta roupa? – Ele perguntou, com a voz rouca de sono que me matava.
- Ué, eu vou passar um final de semana fora, tenho que pegar umas roupas... Sem dizer que isso aqui não é nada. Espera pra ver a minha mala de NY...
- Se depender de mim, você não vai usar metade das roupas que estão aí lá em casa.
- Quer apostar como eu uso? – Pelo visto, pelo menos a camisola de renda eu ia usar...
- Quer apostar como eu tiro? – Ele perguntou, se aproximando.
- Joshua!
- Anne! – Ele me imitou e no mesmo momento me pegou pela cintura e me jogou na cama. Se aproximou como se fosse me beijar, mas ao invés disso, me fez cócegas. Eu tive um ataque de riso.
- JOSH, PARA, AI, JOOOOSH! – Eu gritava enquanto me contorcia na cama, entre risadas. Ele só parou quando viu que eu estava quase sem ar de tanto rir e quando ele mesmo também estava do mesmo jeito, jogando o corpo de qualquer jeito por cima de mim.
- Bom dia, minha Anne. – Ele disse quando recuperou o fôlego, olhando nos meus olhos e me fazendo quase perder o ar outra vez.
- Bom dia, meu Josh. – Ele me deu um beijo e depois ficou brincando com a minha franja, que cismava em cair nos meus olhos. – Hum, para quem pretendia sair daqui o quanto antes, você está até meio lento, Sr. Hutcherson. Ainda nem se vestiu...
- Você já está pronta?
- Acho que agora não estou mais... – Nós rimos. – Mas a bolsa já está e provavelmente eu só tenho que arrumar o cabelo de novo, porque alguém resolveu fazer cócegas em mim... – Eu disse, aproveitando o momento de distração dele e devolvendo as cócegas. Ele caiu de costas do meu lado no colchão e eu segurei os pulsos dele em cima de sua cabeça com as duas mãos. Ele deixou que eu fizesse isso, porque com um simples movimento de braços ele se livraria do meu aperto, mas isso era só um detalhe. Passei as pernas pelo seu abdome e lhe dei um beijo rápido. – Vai se vestir logo, anda. – Ele não se mexeu, nem para me tirar de cima dele, nem para levantar da cama.
- Anne, você está testando todo o meu auto controle nesse exato momento. Se você não sair daí agora eu acho que nós vamos demorar mais ainda para ir embora... – Rá, nunca admita fraqueza na minha frente, Joshua.
- Pois prepare-se para ter o seu auto controle testado mais vezes nos próximos dias. – Eu disse baixinho, perto do seu ouvido, logo antes de sair de cima dele e pular da cama o mais rápido o possível. Se ele me puxasse de volta agora nem o meu auto controle seria suficiente... Sem dizer que meu discurso ia perder toda a eficácia. – Ele continuou onde estava e acompanhou meus movimentos com o olhar.
- Menina, você não sabe com o que está brincando... – Eu acho que depois da noite passada eu sabia sim, mas não respondi.

Ele se vestiu e nós saímos do quarto juntos. Ele foi lavar o rosto e eu percebi que as meninas não tinham saído do quarto. E eu, definitivamente, não ia bater nas portas delas. Deixei um bilhete no quadro da cozinha: “Fui para a casa do Josh. Volto amanhã à noite. Me liguem se precisarem de mim. Quando eu chegar, ajudo com a bagunça do apartamento. Um beijo, Anne.” Elas iam querer me matar por sair assim, sem avisar direito... Ainda mais com o nosso apartamento do jeito que estava. Mas era por uma boa causa. Pelo menos para mim.

- Vamos? – Ele perguntou da porta da cozinha.
- Sim sim. – Ele pegou a minha bolsa e eu resgatei nossos celulares e a carteira dele que estavam meio perdidos na sala. Descemos de elevador até a garagem e demos graças a Deus pelos vidros pretos do carro dele. Agora, definitivamente, nós não podíamos ser vistos nessa situação. Eu me sentia com 14 anos, namorando escondido dos meus pais, mas, fazer o que. Antes assim do que nada.
- Coloca os óculos escuros. – Ele falou quando entramos no carro. – Assim, por mais que tirem alguma foto nossa, fica mais difícil de te reconhecer.
- Ok. – Peguei meus óculos escuros na bolsa e os coloquei.

Torci para os fotógrafos de Los Angeles terem tirado o dia de folga e o caminho até a casa dele foi até tranquilo. A casa de Josh ficava num condomínio fechado e a entrada só acontecia se fosse autorizada. Ou se os porteiros já conhecessem a pessoa que ia entrar, como era o meu caso. Lá dentro era mais difícil de ter algum fotógrafo, mas, mesmo assim, tomamos cuidado. Ele estacionou dentro da garagem e eu só saí do carro depois que o portão fechou completamente.

- Nossa, tinha tanto tempo que eu não via a sua moto. – Eu constatei enquanto ele dava a volta no carro com a chave da porta dos fundos na mão.
- É, eu tenho usado mais o carro ultimamente. Você já perdeu o medo de andar de moto? – Ele perguntou.
- Nunca tive! – E nunca tive mesmo.
- Engraçado, eu sempre senti os seus braços bem firmes me segurando quando andava comigo... – Ele disse, se aproximando.
- Era desculpa, seu bobo. – Passei os braços em volta do pescoço dele e ele me abraçou pela cintura, me levantando do chão.
- Você não sabe como eu estou feliz por você estar aqui... E não é só porque nós temos mais de 40 horas para testar o meu auto controle. – Eu gargalhei.
- Você acha que eu vou usar os meus artifícios o final de semana todo? Espere pelos momentos certos, Joshua. E sim, eu também estou incrivelmente feliz por estar aqui. – Ele me deu um beijo e como se tivessem combinado, nossos estômagos fizeram barulhos medonhos ao mesmo tempo, nos fazendo parar o beijo com risadas.
- Acho que a gente precisa comer.
- Eu tenho certeza.
- Vamos entrar. – Subimos os quatro degraus que separavam a garagem da porta da cozinha e quando ele abriu a porta, eu estava preparada para me deparar com a cozinha a la Guerra do Golfo, mas estava tudo devidamente limpo e arrumado.
- Sua mãe ficaria orgulhosa de ver a sua cozinha assim...
- Dona Michelle me educou bem... Tanto que você vai sentar aí e eu vou fazer o nosso café da manhã.
- E qual é o menu, chef? – Eu perguntei enquanto me sentava em uma das cadeiras da mesa da cozinha.
- Waffles com geleia de morango, eu sei que você gosta. – Morango só era minha fruta preferida. – Suco de laranja, ovos e bacon.
- Tem certeza que você não precisa de ajuda?
- Absoluta. – Nós continuamos conversando enquanto ele fazia o nosso café da manhã. Quando tudo ficou pronto, o ajudei a levar as coisas para a mesa de centro da sala. Nos sentamos pelo tapete, pelas almofadas, comemos e quando acabamos, estávamos tão cansados, que acabamos adormecendo por ali mesmo, com a televisão ligada.

Quando acordei a manhã já tinha ido embora e eu estava sozinha em meio às almofadas. Chamei por ele, mas não tive resposta. Ouvi um barulho de chuveiro vindo do quarto dele e entendi o porquê. Se soubesse onde tinha toalha, também ia tomar um banho no banheiro social, mas como não sabia, sentei na cama dele e fiquei esperando por ele sair do banheiro. Me deparei com uma foto de nós dois na cabeceira, a mesma foto que tinha na minha. Ele também não havia tirado ela dali nem depois da nossa briga... Da mesma forma que ainda usava o cordão de sol e eu usava o anel de âncora. Ouvi um barulho vindo da porta do banheiro e olhei instintivamente. Tive que me lembrar como se respirava umas 90 vezes quando o vi sair de lá, com os cabelos molhados, enrolado numa toalha branca, com o peito e o abdome descoberto.

- Você acordou... – Ele veio na minha direção enquanto eu me levantava e ia na direção dele. Nos encontramos no meio do caminho.
- E você não estava lá... Confesso que demorei uns segundos para lembrar onde eu mesma estava.
- Aproveitei que você estava dormindo e vim tomar um banho... – Ele me abraçou e se aproximou do meu ouvido. – Pode deixar que eu te chamo no próximo...
- Melhor assim, mesmo. – Respondi no mesmo tom, antes de me afastar. – Mas agora que precisa tomar um banho sozinha sou eu.
- E se eu não te der uma toalha? – Mas esse menino estava impossível hoje!
- Eu pego a sua! – Eu disse enquanto dava um puxão na toalha dele, corria para o banheiro e trancava a porta.
- Isso, Anne, foge com a minha toalha mesmo. Mas sai do banheiro esperta, porque senão você não vai nem ver de onde eu vou surgir. – Ele disse na porta.
- Estou morrendo de medo. – Gritei de dentro do banheiro. Ele não falou mais nada e eu achei que ele tivesse saído do quarto.

Tomei um banho decente, molhei os cabelos e logo me arrependi, porque a minha bolsa tinha ficado do lado de fora com a minha escova. Mas acho que o Josh supera me ver com os cabelos um pouquinho embaraçados... Quando acabei, fiz o melhor que pude nos cabelos com os dedos, me enrolei na toalha e saí do banheiro sem saber o que esperar de Josh. Mas dei uma olhada pelo quarto, ainda dentro do banheiro e ele não estava ali. Minha bolsa estava em cima da cama, e a primeira coisa que eu fiz quando cheguei nela foi pegar a escova de cabelos. Quando ia penteá-los, algo – alguém – me puxou pela toalha e eu bati com as costas em algo – alguém. Josh.

- Eu disse para você sair esperta do banheiro... – O tom de voz dele não era de brincadeira. Ele colocou o meu cabelo para um lado só e começou a beijar o meu pescoço no lado nu. Parou subitamente e eu achei estranho, mas continuei sem fazer nada. – Ah. Chumbo trocado não dói, certo? – Antes que eu respondesse, ele passou um braço para a minha frente, puxou a toalha e com o outro braço me girou para ele e ficou olhando para mim. Só então eu percebi que ele ainda não havia se vestido... E uma coisa levou à outra.

Quando terminamos, ficamos deitados na cama, apenas olhando um para o outro. Fisicamente, ele me satisfazia mais do que qualquer outro homem já tinha feito. Emocionalmente, eu nunca tinha me sentido assim em relação a ninguém fora da adolescência, quando a gente acha que qualquer coisa é amor e pode confiar em qualquer um. Ele mexia em meus cabelos enquanto eu brincava com o contorno do seu braço definido.

- Se eu te disser que ainda não entendi todo esse amor que tem aqui dentro, você acredita? – Perguntei.
- Como assim, não entendeu esse amor? Amor é amor... Não é? – Ele provavelmente tinha entendido, mas queria que eu explicasse.
- É... Mas eu acho que o que eu sinto por você é diferente do que eu já senti antes por outra pessoa. Eu acho que não me importaria tanto se tivesse que ficar separada de um ex namorado. Mas quando nós dois tivemos que nos separar eu quase virei um zumbi. – Disse olhando para o teto.
- Você teve tantos namorados assim? – Eu falo aquilo tudo e ele se prende a parte dos ex namorados. Ok.
- Não. Tive um namorado no ensino médio, um na faculdade e o Ben. Mas a questão não é essa. – Olhei para ele. – O fato é que eu não amei nenhum deles três como eu amo você. E não é porque eu te amo desde os 12, que amor de fã é completamente diferente do que o que eu estou sentindo agora.
- Agora eu tenho certeza.
- De que?
- Que eu encontrei a mulher da minha vida. Porque tudo o que você disse que sente, eu sinto também. Você é diferente de todas as minhas outras namoradas, Anne. A maior vontade que eu tenho é de sair por aquela porta e gritar para o mundo que você é minha e que eu nunca mais vou deixar você escapar de mim. – Eu estava sem palavras.
- Eu nunca mais vou escapar. Eu te amo tanto! – Me aproximei dele e lhe dei um beijo.
- Eu te amo, Anne. E eu ainda vou poder fazer com que essa seja a primeira coisa que você ouça todos os dias.
- Menino, não brinca com essas coisas comigo. – Casar era simplesmente um dos meus maiores sonhos.
- E quem disse que eu estava brincando? Não é você que sonha em casar e ter filhos? Eu não brincaria com isso. – Ele falou sério e eu tive que suspirar.
- Um dia.
- Um dia. – Me aninhei mais em seus braços e ele fez carinho na minha cabeça.

Adormeci por alguns minutos e quando acordei, sua mão repousava em minha cabeça. Olhei para cima e ele também estava dormindo. Como não tinha como sair dali sem acordá-lo, eu fiquei ali, simplesmente olhando para ele enquanto dormia. Não me cansava de fazer isso. Quando ele abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi o meu rosto e abriu um sorriso gigante.

- Acho que nunca mais vou querer voltar de NY se acordar assim todos os dias... – Ele me deu um beijo e mudou o tom de voz. – Hum, Anne... Você está com fome?
- Morrendo. Que horas tem? – Ele pegou o celular na mesa de cabeceira e me mostrou. Eram quase cinco da tarde. – Parece que nós dormimos por mais de alguns minutos.
- Vamos comer o que?
- Qualquer coisa que não dê muito trabalho.
- Vamos caçar as besteiras que eu tenho na dispensa?
- Eu topo. – Nos vestimos e fomos para a cozinha. No fim das contas, acabamos juntando pipoca de microondas, salgadinhos, chocolate e refrigerante para assistir alguma coisa na TV. Ou tentar assistir alguma coisa na TV. Me sentei na mesa de mármore da cozinha enquanto o segundo pacote de pipoca estava no microondas. – Será que dessa vez a gente vai conseguir assistir alguma coisa?
- Como assim? – Ele me olhou de perto do microondas sem entender muita coisa.
- Você sabe. Todas as últimas vezes em que nós tentamos assistir alguma coisa na TV ou nós acabamos dormindo ou nos beijando. E sendo pegos nos beijando. – A lembrança de Joey me fez sorrir. Ele ficou na minha frente, se colocando entre as minhas pernas. – E, sabe... Eu não quero exigir do seu fraco auto controle. – Pisquei um olho e ele afastou o rosto. O microondas parou com a pipoca lá dentro.
- Eu acabei de ter ideias te vendo sentada nessa mesa... Mas, você acha que eu não resisto a você, é isso? – Ele perguntou sem tirar as mãos das minhas pernas.
- É o que as últimas horas dizem...
- Quer apostar como a gente vai assistir filmes inteiros até tarde hoje?
- Ok, já que é assim. Vamos começar a testar o seu auto controle, Joshua. – Fomos para a sala e enquanto tínhamos pipoca, salgadinhos, chocolate e refrigerante, eu não fiz nada. Estava passando uma maratona de filmes do Adam Sandler na TV e o primeiro filme que nós assistimos foi Grown Ups – Gente Grande. Acho que posso assistir a esse filme 500 vezes e sempre achar graça. Quando Grown Ups 2 começou, eu consegui arrancar alguns beijos dele, mas nada mais do que isso. Eu já sabia o que fazer, mas esperei o filme acabar e quando isso aconteceu, já eram quase dez da noite.
- Depois o fraco sou eu... Ótimo teste de auto controle, Anne. – Ele provocou.
- A noite ainda não acabou, não fala do que você não sabe. – Ele me deu um beijo que me fez deitar sobre as almofadas. Eu usei a minha força para me afastar dele. – Eu ainda nem comecei e você já está assim... – O empurrei para o lado. – Preciso ir ao banheiro, encontra alguma coisa pra gente assistir no guia. – Levantei rápido e o deixei deitado no chão, sem entender nada.

Fui direto para o quarto dele e tranquei a porta. Peguei a camisola de renda que estava na minha bolsa e a vesti o mais rápido o possível. Fui até o banheiro de seu quarto e fiz uma maquiagem rápida, arrumei os cabelos e passei o batom vermelho que eu sabia que ele gostava. Antes de sair do quarto, peguei seu celular que tinha ficado na cama quando nós saímos. Respirei fundo, tomei coragem e saí do quarto. Parei quando cheguei no fim do corredor, ele estava distraído com a TV.

- Seu celular tocou, acho que era a sua mãe. – Disse parada onde estava.
- Se fosse alguma coisa séria ela teria ligado mais vezes. – Disse sem tirar os olhos da TV – Depois eu... – Ele parou de falar quando me viu e eu saí de onde estava, voltando para o meu lugar a seu lado.
- Depois você o que? – Perguntei depois de me sentar.
- Depois eu retorno a ligação. Ann... O que é isso? – Ele perguntou pegando a barra da minha camisola.
- Uma camisola, oras. Já está ficando tarde e você me pareceu bem controlado, então eu acho que vou assistir a esse próximo filme e dormir... Falando nisso, qual filme você escolheu mesmo? – Eu disse como se estivesse usando um pijama de flanela.
- O Diabo Veste Prada. É um dos seus preferidos, certo? – Ele disse lutando para tirar os olhos das minhas pernas.
- Sim! Amo esse filme. – Ele respirou fundo e Suddenly I See começou a tocar na TV, indicando o início do filme. – Vamos assistir? – Eu sabia que tinha conseguido mexer com ele. Agora era só esperar. Ele me abraçou e eu passei uma perna por cima dele. Ele não parava quieto e eu fingi que não percebi que ele não estava nem ligando para a Anne Hathaway na TV, estava mesmo perdido no decote da camisola da Anne que estava a seu lado.

Com menos de quinze minutos de filme, ele não aguentou e puxou a minha perna que estava por cima dele para o outro lado, ficando entre as minhas pernas e me deixando de costas para a TV.

- O que foi, amor? Cansou da televisão? – Perguntei enquanto passava os braços pelo seu pescoço.
- Anne Christine Borges. Você viu a camisola que está usando?
- Foi a primeira que eu vi hoje cedo quando arrumei a bolsa...
- Foi a primeira que você viu e ela tinha uma calcinha de fitinha combinando?
- Ué, é a vida... Tem alguma coisa errada com ela? 
- Tem... Ela ainda está sendo usada. – Eu sorri e ele me puxou para um beijo. Eu já sabia no que aquilo ia dar, mas o deixei ditar o ritmo do que aconteceria dali em diante.

Ele segurou as minhas pernas e se levantou ignorando completamente a televisão ligada. Prendi as minhas pernas em seus quadris e imaginei que ele fosse me levar para o quarto, mas num intervalo para pegar fôlego, abri os olhos e percebi que ele fazia o caminho contrário. Não falei nada e só descobri mesmo onde estava quando senti a mármore gelada nas minhas costas. A mesa da cozinha.

- Josh, essa mesa aguenta o nosso peso? – Ele não respondeu e não pareceu se preocupar com a minha colocação. Continuou explorando meu pescoço com a boca e eu tentei perguntar outra vez, mas já estava com menos fôlego do que da primeira vez em que falei. – Joosh... – Ele deu um chupão no meu pescoço, esticou um braço e apertou a minha coxa nua por causa do comprimento da camisola. – Dane-se a mesa. – Puxei seu rosto para a minha boca e recebi outro beijo.

No fim das contas, a mesa aguentou. Mas eu ainda não tinha acabado.

- Isso foi incrível. – Eu disse e senti um sorriso se formando em seu rosto enquanto ele assentia. – Admite. – Falei.
- O que? – Ele perguntou sem entender nada.
- Que eu coloquei o seu auto controle no chinelo.
- Eu não tenho controle de nada relacionado a você, Anne.
- Obrigada... Se você quiser, a gente pode provar essa teoria mais algumas vezes... – E antes que eu conseguisse perceber, ele já tinha me tirado dali e levado para outro lugar.

Música do nome do capítulo: 
Never Gonna Leave This Bed, Maroon 5 
http://www.vagalume.com.br/maroon-5/never-gonna-leave-this-bed-traducao.html


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