New Beginnings - Agradecimentos

7
COM
Heeeeey pessoas lindas! Acabou mais uma temporada de In New York's Streets e como eu sou meio Anne, não podia deixar de fazer um "discurso" de agradecimento pelo apoio que eu recebi de todos vocês durante mais alguns meses de peripécias de Anne, Josh e companhia.

Vocês não tem noção de como eu fico feliz a cada pessoa que me encontra pela vida e fala que lê a fic e a cada elogio que ela recebe. Eu realemtne não tinha noção de que a história ia ganhar essas proporções quando comecei a escrever e só tenho a agradecer o apoio de todos vocês e o incentivo que me fez continuar escrevendo. Obrigada ;)

Às meninas no JHBJ - não vou citar nomes porque eu sempre esqueço de alguém e isso é MUITO injusto - vocês são a principal causa dessa fic ir para a frente. Muito obrigada, de verdade. Ao pessoal que acompanha a fic pelo @josholatras e pelo meu twitter pessoal, VOCÊS SÃO UNS CHUCHUS! Izabela e Júlia, meus chuchus, obrigada por terem me emprestado seus nomes e personalidades por mais 36 capítulos. Erika e  Thaís Pinheiro, vocês caíram de para quedas na minha vida por causa da fic e hoje em dia, são minhas amiguinhas distantes, uma em cada ponta do país. Natascha, minha confidente e apoio moral que chega pessoalmente, obrigada! Hysla, eu ainda lembro que foi por sua causa que a primeira temporada de INYS ganhou o twitter e o mundo. Obrigada pelo empurrão! Beatriz Ayumi, você não lê a fic há muito tempo, mas você está no Japão e lê do mesmo jeito. Muito obrigada por adicionar um país nas estatísticas do blog, de verdade.

E eu acho que é só, pessoal. Espero que todas as lágrimas que eu fiz metade de vocês derramarem nessa temporada tenham valido a pena e que vocês tenham gostado do hapilly ever after de Joshanne. Falando em Ever After, para quem não sabe, esse é o nome da terceira e última temporada da fic. Eu volto a postar aqui nesse blog depois do meu aniversário, que é dia 18 de janeiro - coincidência ou não, é o mesmo dia do aniversário da Anne. Meu twitter e meu ask estão aí para a vida e para vocês saberem mais da fic.

Beijos, beijos, meu chuchus recheados com queijo!
Ariel Cristina Borges ;)

36 - Forever and Always + Epílogo

6
COM

Já eram duas da manhã quando saí do banho, então não teria grandes problemas em esperar até as quatro. Eu tentei disfarçar minha ansiedade o tempo todo, e acho que consegui, porque todas as mulheres no quarto comigo agiram naturalmente. No fim das contas, só Clara e Giovanna iam passar a noite inteira comigo. Eu conhecia o sono delas duas e sabia que seria super fácil sair do quarto sem que elas acordassem e fiquei tranquila.

Às 3:55 da manhã em ponto eu saí da cama. Clara e Giovanna tinham dormido a pouco mais de meia hora e eu caminhei na ponta dos pés até a porta. Me perguntei se nós dois éramos o primeiro casal a fazer isso antes do casamento enquanto conseguia abrir a porta sem barulho e escapar para fora do quarto. Estava quase descendo pelas escadas quando o elevador chegou. Quando a porta se abriu, agradeci por ter esperado.

- Annie! – Josh abriu os braços e eu corri para ele dentro do elevador.
- Me diz, o que a gente está fazendo?
- Fugindo. – Ele me deu um beijo.
- Quem está no quarto com você?
- Ninguém, me deixaram dormir sozinho. E com você?
- Minhas primas ficaram por lá. Agora elas estão dormindo trancadas no quarto. Pelo lado de fora. – Ele sorriu.
- Você é uma mente maligna.
- Você também é.
- Vamos conquistar o mundo, Pinky. – Dei uma risada quando ele me chamou de Pinky, mas parei na hora em que a porta do elevador se abriu.
- Agir naturalmente, não chamar a atenção. – Falei, mas os recepcionistas estavam com tanto sono que nem nos perceberam passando.

Quando chegamos ao lado de fora, Josh me puxou pela mão até o lago e nós nos sentamos às beiras dele. Ficamos conversando coisas sem importância olhando as estrelas de onde estávamos, mas eu tinha percebido que ele estava estranho, só não sabia o porquê.

- A janela do nosso quarto tem vista para cá, certo? – Ele perguntou.
- Certo. Nós só temos que torcer para que nenhuma das minhas primas acorde e queira aparecer na janela.
- Se aparecerem também, nós já estamos aqui.
- Sim! – Dei um beijo nele. – Você tem noção de que daqui a algumas horas nós vamos nos casar?
- Meu nervosismo não me deixa esquecer. – Ele disse. – Anne... Eu preciso te fazer uma pergunta. – O tom de voz dele me preocupou e no mesmo instante eu sabia o que ela ia falar, e me adiantei.
- Se você perguntar se eu tenho certeza de que quero me casar com você, eu te bato, Joshua. A não ser que você não tenha... – Um arrepio percorreu a minha espinha.
- Não, não, eu tenho certeza. Tanta certeza que tenho medo de não ter percebido que você estava tendo outros pensamentos.
- Isso nunca passou pela minha cabeça, Josh. Foi por isso que você me chamou aqui?
- Foi.
- Você achou mesmo que eu ia esperar nós dois chegarmos no dia do nosso casamento para falar que não quero me casar? Como eu não vou querer me casar com você, baby? – Ele não falou nada. – Você lembra do que eu te disse na festa dos seus pais, quando você me pediu em casamento?
- Você disse sim. – Ele riu. – E que nunca quis tanto alguma coisa na vida.
- Minha opinião não mudou. – Dei um beijo nele. – Eu te amo, cara.
- Eu também te amo. – Ele me deu outro beijo.
- Baby, eu preciso tentar dormir... Ou você vai se casar com um par de olheiras ambulantes.
- Então... Agora eu só te vejo no altar? – Eu assenti.
- Vou ser a de branco, baby.
- Vou esperar ansiosamente. – Ele me deu um beijo nós voltamos para dentro.

Quando entrei no quarto, Clara e Giovanna não tinham nem se mexido. Me joguei na cama e dormi rapidamente, apesar do nervosismo. Acordei horas depois com uma mãozinha no meu rosto.

- Acorda ela, Seth! – Isabella incentivou. Ela e Julie estavam sentadas na minha cama com Seth e ele estava rindo enquanto Isabella batia com a mão dele no meu rosto para me acordar.
- Bom dia, noiva do dia! – Julie disse e eu sorri.
- Bom dia... Que horas são?
- Dez. Você devia ter acordado mais cedo... Dormiu tarde? – Isabella perguntou.
- Sim...
- Anne, que cara é essa? – Julie perguntou.
- Por que você dormiu tarde? – Isabella perguntou e eu lembrei que não conseguia esconder nada delas duas, de qualquer forma.
- Porque eu encontrei o Josh no lago de madrugada depois que as meninas dormiram.
- Sua cara de pau! Eu sabia que devia ter ficado por aqui, mas não ia ter lugar para o Seth... – Isabella disse.
- Vocês só conversaram, né? – Julie perguntou.
- É claro, Julie! Nós estávamos em público, não dava para fazer nada além disso. – Falei. – Ele queria ter certeza de que eu queria me casar com ele...
- Ele ainda tinha dúvidas? – Isabella perguntou.
- Tinha. Agora não tem mais.
- Você está nervosa? – Julie perguntou.
- Loucamente nervosa. Desde ontem...
- Respira, Anne. – Ela lembrou do que disse que ia fazer no dia do meu casamento.
- Estou respirando, Julie. Juro que estou. – Elas riram.
- Anne, o dia vai ser longo. Vai tomar um banho e nós vamos pedir o seu café da manhã e depois vamos começar a nos arrumar. O casamento é às 17h.
- Eu sei a hora do meu casamento, Isabella.
- Mas você vai precisar ser lembrada disso o dia todo. Vai por mm.

HORAS DEPOIS

- Anne, se você não parar de tremer e suar a maquiagem não vai sair. – Isabella disse e eu acho que a minha maquiadora sorriu por causa disso.
- Eu estou nervosa, não consigo.
- Você precisa beber. Funcionou no meu casamento. – Julie disse.
- Por favor. Vodka. Pura. – Falei.
- Vodka pura? Você quer morrer, Anne? – Amy perguntou.
- Não, mas pelo menos com vodka pura eu vou ter alguma coisa além do meu nervosismo para me preocupar. A ardência.
- Você tem certeza?
- Tenho. – A organização do vinhedo tinha deixado algumas doses de bebida no quarto justamente por isso e Amy pegou a de vodka para mim. Bebi de uma vez só e senti o meu cérebro arder. Fechei os olhos depois que eles pararam de lacrimejar e finalmente, cooperei para a maquiagem.

- Que horas tem? – Perguntei depois que estava com a maquiagem e o cabelo prontos.
- 16:15. – Paula respondeu. Ela tinha vindo do Brasil junto com a minha família para o meu casamento. – Isso quer dizer que no Brasil são dez da noite... E hoje é aniversário da Erika, eu tenho que ligar!
- Quem é Erika? – Perguntei.
- Uma amiga minha. – Paula respondeu, pegou o celular  e foi para longe ligar para o Brasil.
- Falando em Erika, o Eric ficou para o casamento? – Isabella perguntou.
- Não sei. Deve ter ficado. Mas faltam 45 minutos para o meu casamento, socorro, preciso me vestir!
- Chegou a hora... – Amy falou. – O Josh me pediu para te entregar isso, Anne. – Ela me estendeu uma caixa.
- É o meu sapato... Fui eu que escolhi, como ele pediu para você me entregar? – Perguntei depois que abri a caixa.
- Olha o solado do pé direito. – Ela falou e eu peguei o sapato na caixa. Não pude deixar de sorrir quando vi que tinha um recado nele. Never below you, never above you. Always beside you. Just a couple minutes and you’ll be mine, forever. I love you, Mrs Hutcherson. Josh.”. Deixei uma lagriminha rolar e vieram brigar comigo.
- Deixa para chorar na hora do casamento, Anne. Agora vai se vestir. – Isabella disse com a voz de mãe dela. Achei melhor obedecer e calcei os sapatos.
- Vou precisar de ajuda com o vestido...

POV JOSH

- Falta meia hora, Josh! Calma, ela não vai fugir. – Ian disse.
- Eu não vou me acalmar, Ian.
- Eu só não insisto nisso porque fiquei quase pior que você no meu casamento.
- Amy disse que ela já está pronta. E adorou o seu recado no sapato. – Connor falou. Respirei fundo outra vez. Eu nunca tinha ficado tão nervoso.
- Eu acho que nós já podemos ir lá para fora, já estamosprontos e de repente respirando ar fresco o Josh se acalma... – Keegan disse.
- Vamos, pelo menos lá eu vou poder andar.

Nós escolhemos o Vineyard Garden para a cerimônia por ser o lugar mais reservado. Era perto do Barrel Room, onde foi o jantar de ensaio, por isso tinha um carro nos esperando na porta do Vineyard Inn, mas eu estava tão nervoso que quase fui andando. Connor me obrigou a entrar no carro porque eu ia me arrepender se chegasse lá pingando de suor. E ia mesmo.

- Que horas são? – Perguntei.
- Soma três minutos da hora que era da última vez que você perguntou. – Keegan respondeu.
- Que horas eram?
- São 16:55, Josh. – Connor respondeu.
- Será que elas já estão vindo?
- Noivas atrasam, Josh. Sempre atrasam.
- Mas a Anne não vai atrasar... Liga pra Amy, Connor! – Falei.
- De novo, Josh?
- Liga, Connor.
- Se eu não ligar você vai perturbar a minha mente, não é? – Ele perguntou.
- Não.
- Ok. – Ele disse pegando o celular. Instantes depois, ele desligou. – Elas estão vindo.
- Elas saíram de lá agora?
- Sim.
- Mas já era para elas estarem aqui! – Falei.
- Josh, você sabe que eu te amo, você é meu irmão e tudo o mais, e eu espero que você me perdoe pelo que eu vou fazer agora, mas eu vou fazer. – Connor disse.
- O que você vai... – Não consegui terminar porque ele me deu um tapa.
- Connor, você é louco? – Ian perguntou.
- Não, mas agora ele vai sossegar.
- Vai ficar vermelho e a Anne vai pirar. – Eu falei.
- Não vai, não foi forte. – Connor disse. – Isso é para você ficar calmo.
- Connor Mason, o que foi isso? – Minha mãe chegou do anda do nosso lado brigando com o Connor. Me senti como quando nós éramos crianças e eu estava certo.
- Mãe, ele está pirando. Isso foi para acalmar.
- Ele pergunta a hora de cinco em cinco minutos, Michelle. – Ian disse.
- Nossa, nem casou e já está assim histérico... Uma hora ela vai ter que chegar, Josh. Fica calmo.
- Mas ela já está atrasada, mãe. – Falei.
- Ela está cinco minutos atrasada, Josh. Eu atrasei uma hora quando casei com o seu pai.
- Você não sabe como é angustiante esperar por vocês.
- Acredite, ela deve estar mais angustiada que você. Agora comportem-se na frente dos convidados.
- Ok, mãe. – Eu e Connor falamos juntos.

Parecia que cada segundinho dos vinte e cinco minutos que eu esperei dali em diante duraram uma eternidade, mas eu fiquei ainda mais nervoso quando Keegan falou que elas tinham chegado.

- É agora. – Ian disse.
- Respira, mano, ela vai entrar.

A música que nós escolhemos para a entrada das madrinhas e da noiva começou a tocar e eu não sabia como a letra de Brigther Than Sunshine, do Aqualung, ia se encaixar naquele momento. “What a feeling in my soul, love burns brigther than sunshine, brighter than sunshine. Let the rain fall, I don’t care, I’m yours and suddenly you’re mine, suddenly you’re mine. And it’s brigther than sunshine”.

Eu não queria chorar, não antes de ver a minha noiva. Então me concentrei no que estava acontecendo, porque provavelmente eu ia querer lembrar disso pelo resto da vida.

Amy foi a primeira madrinha a entrar com um vestido vermelho de um ombro só e o buquê branco. Depois, Julie entrou com um vestido no mesmo tom de vermelho, mas num modelo diferente que marcava a barriguinha dela. Eu estava realmente bobo com a minha afilhada. Ela piscou para mim quando passou e Ian a ajudou a subir os degraus do altar. Isabella estava com um vestido vermelho e tomara que caia. Pelas minhas contas, ela era a última.

Senti as minhas pernas tremerem quando Anne apareceu com o pai dela. De longe, a primeira coisa em que eu reparei, foi o vestido, que era muito diferente do vestido que ela usou nas fotos. Conforme ela foi se aproximando, ela olhou nos meus olhos e sorriu e eu não tive como não chorar. Não sei explicar o que senti naquele momento. Só conseguia chorar, e chorei mais quando ela se aproximou chorando junto comigo. O pai dela a entregou a mim e eu lhe dei um beijo na testa enquanto ela estava cantarolando a música: “Love will remain a mistery, but give me your hand and you will see, your heart is keeping time with me”.

- Você está linda. – Falei.
- Você também está. – Ela respondeu.

Minha mente viajava de vez em quando enquanto o juiz falava. Eu pensava na vida que ia ter com a mulher ao meu lado e em como estava ansioso para começar a vivê-la. Ela segurou a minha mão no momento em que parou ao meu lado e não largou mais. Nós dois estávamos tremendo feito vara verde e tremíamos ainda mais de mãos dadas, mas estávamos claramente ignorando.

- Anne Christine, você aceita Joshua Ryan como seu esposo?
- Sim. – Ela falou de uma vez só.
- Joshua Ryan, você aceita Anne Christine como sua esposa?
- Sim. – Respondi com a mesma certeza.
- Vamos às alianças. – O juiz falou.
- Anne Christine, eu te recebo como minha esposa para te amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. No drama e na calmaria – Ela riu quando eu mudei esse pedaço dos votos. – pelo resto das nossas vidas. – Coloquei a aliança no dedo dela enquanto falava e ela já tinha se acalmado e parado de tremer.
- Joshua Ryan, eu te recebo como meu marido para te amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. No drama e na calmaria, com ou sem paparazzis. – Ela também fez a versão dela dos votos. – Pelo resto das nossas vidas. – Eu já tinha me acalmado, mas minha mão esquerda ainda tremia. Ela olhou para mim como quem entendia que era por causa do acidente. Às vezes eu mesmo esquecia que tinha sequelas. Ela sorriu para mim e segurou a minha mão antes de colocar a aliança no meu dedo.
- Pelo poder investido em mim pelo estado da Califórnia, eu os declaro marido e mulher. Você pode beijar a noiva.
- Finalmente. – Dei um beijo nela enquanto nós ouvíamos Just a Kiss, do Lady Antebellum.

Se eu tivesse que escolher um só de todos os beijos que já dei na Anne, esse teria sido o escolhido de longe. Agora ela era oficialmente minha. Para sempre.


POV ANNE

- Eu amo você. – Falei. Pela primeira vez depois de casada. Nós tínhamos acabado de entrar no Vineyard Pavilion, o lugar que escolhemos para a recepção.
- Eu também te amo, Sra. Hutcherson.
- Estamos casados, eu nem acredito.
- Nem eu. – Ele me deu um beijo.
- Tudo bem com vocês, Sr. E Sra. Hutcherson? – Kelsey perguntou.
- Tudo maravilhoso, Kelsey. – Josh falou. - Vocês protagonizaram uma das cerimônias mais lindas que eu já vi. Parabéns.
- Obrigada, Kelsey.
- Agora vocês vão ficar aqui para cumprimentar os convidados, mas antes eu vou prendê-los um pouquinho lá fora para vocês curtirem o lugar sozinhos, ok?
- Obrigado.
- Esse é definitivamente o dia mais feliz da minha vida. – Josh falou.
- O meu também, baby.
- Eu achei que agora você estaria mais ansiosa para saber onde nós vamos passar a lua de mel.
- E eu acho que você está me maltratando demais não me contando.
- Vou te contar no final da noite.
- No final da noite nós vamos estar indo para lá, Josh.
- Essa é a intenção, Annie. E não reclama senão eu faço que nem fiz quando te levei à Londres e não te conto...
- Ok, eu sossego. – Falei. Hum, Josh... Que marca é essa no seu rosto?
- Está marcado?
- Pouco, mas está.
- O Connor me deu um tapa para me acalmar antes de você chegar. – Dei uma gargalhada.
- Você está de brincadeira?
- Não, ele me bateu mesmo.
- Achou que eu fosse fugir?
- Eu iria atrás de você onde quer que você fosse. – Ele me abraçou. – Forever and Always.
- Eu devia ter trauma dessa música, mas não tenho. Pelo menos agora  agente já casou e você esta bem vivo do meu lado. – Falei.
- E vou ficar por um bom tempo.

Ele me deu um beijo e momentos depois os primeiros convidados começaram a entrar: Nossos pais, irmãos e padrinhos. Minha mãe estava estranhamente apreensiva, meu pai chorava e meu irmão estava achando a gravata que colocaram nele um porre.

- Eric! – Falei enquanto o abraçava quando ele e Meredith chegaram para nos cumprimentar. – Eu achei que não ia conseguir falar com vocês dois antes da festa acabar. – Eu ri.
- Anne, você está linda. – Meredith disse.
- A cerimônia de vocês foi perfeita. – Eric disse. – Eu estou muito feliz por vocês dois, de verdade. – Josh deu um abraço nele e eu achei aquilo a coisa mais estranha do mundo. Muito legal, mas estranha.
- Se a nossa for metade do que a de vocês foi, eu vou ficar muito feliz. – Meredith disse e meus olhos foram automaticamente para a mão dela. E tinha um anel ali.
- Vocês vão se casar? – Eles dois assentiram. – Isso é incrível! Parabéns! – Dei um abraço nela.
- Depois eu vou pedir a sua ajuda para alguns detalhes porque eu sou a primeira entre as minhas amigas a casar, não tenho a mínima noção de por onde começar.
- Eu ficaria chateada se não te ajudasse. Adoro casamentos. – Falei.
- Eu vou me acostumar com essa ideia até vocês duas começarem a trocar receitas. – Eric disse e todos nós rimos. – Bem, eu acho que nós estamos monopolizando a noiva e tem mais uma fila de convidados para falar com vocês. Depois a gente conversa mais.

Nós ficamos um bom tempo cumprimentando todos os convidados e quando acabamos nos sentamos para jantar. Eu já estava muito mais calma, então foi bem fácil comer. As músicas tocando no fundo da festa foram todas escolhidas por nós dois. Algumas eram de mim para ele, outras dele para mim. As músicas que marcaram o nosso relacionamento não podiam faltar e também tinham algumas que eram subliminarmente dedicadas a alguns dos convidados, como Summer Nights, da trilha de Grease.

- And when you smile,the whole world stops and stares for a while cause girl, you’re amazing just theway you areEle cantou para mim e eu respondi cantando a música que tocou logo depois.

- Josh, o seu discurso vai ser primeiro, e agora. – Kelsey se aproximou e disse para nós dois. – Você vai logo depois dele, Anne.
- É a minha deixa, baby. – Ele me deu um beijo e se levantou.

- Boa noite, gente. – Ele começou com o clássico. – Eu não sei se vocês sabem, mas eu sou o noivo. – Palhaço.  – Sou um noivo que não tem a mínima habilidade com as palavras e que tem que fazer um discurso para o qual não escreveu nada e para falar de uma pessoa que quase sempre, dispensa comentários. Então, eu vou seguir a ordem que vi num site da internet para não fazer feio. – Todos nós rimos. – Primeiro eu quero agradecer aos pais da Anne por terem colocado a mulher da minha vida no mundo. – Eu sei que isso é clichê, mas eu me arrepiei no momento em que ele disse isso. – Obrigado por terem criado a Anne do jeito que criaram, porque todas as influências que vocês exerceram sobre ela a fizeram ser a mulher por quem eu me apaixonei. E por quem eu pretendo me apaixonar todos os dias pelo resto da minha vida. – Eu já estava quase chorando. Isso porque ele “não tem habilidade com as palavras” – Aos meus padrinhos, Connor, Ian e Keegan, obrigado por permanecerem ao meu lado mesmo quando eu perguntei a hora de cinco em cinco minutos. Aos meus pais, Michelle e Chris, obrigado por tudo. Vocês são os melhores pais do mundo. E por último, Anne... – Pronto, agora eu choro de vez. – Obrigado por ter virado a minha vida de cabeça para baixo desde o primeiro momento. Obrigado por não ter desistido de mim nem quando você precisava arriscar o seu emprego para ficar ao meu lado. Obrigado por ter feito com que eu acreditasse em mim mesmo, obrigado por ter feito de mim um homem melhor. Há quem diga que a gente sabe, no instante que conhece uma pessoa, se ela vai ou não ser importante nas nossas vidas. Às vezes, elas passam feito um foguete, mas às vezes, elas ficam. E eu sabia, no momento em que entrei naquela sala no dia em que você me entrevistou, que você não era só mais uma jornalista. Acho que te amei desde o “bom dia” que você me deu naquele dia. E eu só te amo mais e mais a cada dia. Que nós comecemos com o para sempre. – Ele levantou a taça de champanhe que tinha na mão sinalizando o final do discurso. Eu só sabia chorar.

Ele se aproximou e me deu um beijo.

- Eu amo você. – Falei antes de enxugar as lágrimas. Ele me ajudou a levantar e eu fui fazer o meu discurso entre lágrimas depois de tudo o que ele havia dito.

- Hum, que fique registrado que o meu marido acabou de me deixar completamente sem palavras. – Falei ao microfone. – Seguindo a ordem que ele usou “para não fazer feio”, eu quero agradecer à Mich e Chris. Não só por terem colocado o homem com quem eu acabei de me casar no mundo, mas por terem me acolhido na família de vocês desde o primeiro momento, da forma mais plena possível. Isabella, Julie, Amy, Ian, Connor e Keegan, eu não sei o que seria sem vocês por perto. Isabella e Julie, especialmente, eu não sei o que eu seria nesses últimos dez anos sem vocês ao meu lado. Uma parte disso aqui tudo também é culpa de vocês, porque eu não teria me mudado para LA sozinha e se não tivesse feito isso, nunca teria conhecido o Josh. Falando em me mudar para LA, mãe, pai, obrigada por terem me incentivado a correr atrás dos meus sonhos e por terem permitido que eu saísse debaixo da asa de vocês tão cedo para poder realizar tudo isso. Mãe, eu escolhi bem. Ela não vai me magoar. Não precisa se preocupar. Eric... – Procurei por ele entre todos os convidados. – Obrigada por ter ido para a Itália. Nossos destinos teriam sido completamente diferentes se você tivesse ficado no Brasil e eu acho que nós dois estamos muito bem onde estamos, do jeito que estamos e com quem estamos. A todos vocês, amigos que vieram presenciar a minha felicidade, obrigada. Eu não vou esquecer de nenhum dos rostos que vi aqui hoje. E... Eu acho que tenho que falar do homem que acabou de me dar um sobrenome novo, certo? – Respirei fundo. – Josh... Acho que na primeira vez em que eu te vi eu não tinha a mínima noção de que ia terminar casando com você. Até porque você era baixinho, tinha sardas e estava sofrendo por causa de uma menina chamada Rosemary. – Ele riu. – Uns doze anos depois disso, meu chefe me disse que eu tinha uma entrevista marcada com “o menino que fez The Hunger Games e eu pensei em todos os meninos do elenco dos quatro filmes, mas quando ele disse que era você, eu não sabia que aquela entrevista ia fazer o que fez comigo. Acho que eu tenho que te agradecer mesmo é por não ter desistido de nós dois mesmo depois que você teve que dar uns socos que quase todos os meus ex-namorados. Eric, parabéns por ter saído ileso. – Brinquei. – Você não desistiu nem quando eu disse que queria me separar porque não aguentava mais arriscar o meu emprego. Nem quando descobriu coisas do meu passado que eu devia ter contado há muito tempo. Não desistiu nem quando eu joguei um celular na sua direção. – Nós dois rimos. – Depois de uma vilã digna de história de filme, gravidezes que não deram certo, acidentes de carro e problemas com ex-namorados, eu acho que não vai ter crise dos sete, dezessete ou setenta anos que vai fazer nós dois nos separamos. Forever and Always, como na música do nosso noivado, eu amo você, e é para sempre. – Terminei o discurso em lágrimas e Josh veio andando para me ajudar a descer do palco.

- Eu amo você. – Ele disse chorando enquanto me abraçava.
- Eu também te amo.
- Eu acho que agora nós vamos dançar...
- Pronto, vou chorar mais uma vez...

A música que nós tínhamos escolhido para a primeira dança simplesmente acabava comigo. No momento em que a introdução começou, Josh me levou para o centro do salão e nós cantamos a música inteira um para o outro.

“The first time ever I saw your face
I thought the Sun rose in your eyes
And the moon and the stars were the gifts you gave
To the dark and the empty skies

And the first time ever I kissed your mouth
I felt the Earth move in my hands
Like trembling heart of a captive bird
That must stay at my command, my love

And the first time ever I lay with you
I felt your heart so close to mine
And I knew our joy would fill the Earth
And last and last and last till the end of time, my love”

Como havia dito, eu terminei chorando. Depois nós continuamos dançando e curtindo a nossa festa até a hora em que tivemos que trocar de roupa para viajar. Voltamos para o nosso quarto e Isabella, Julie e Amy se encarregaram de deixar as nossas roupas já arrumadas sobre a cama. Eu tirei meu vestido de noiva com muito pesar e tomei um banho antes de colocar a roupa que tinha separado para a viagem, um vestido simples e curto e um sapato preto que me pareceu confortável para horas de avião. Soltei os cabelos que estava presos num penteado e eles caíram em cachos sobre os meus ombros. Josh se arrumou muito mais rápido que eu, vestiu calça jeans e camisa social branca – como sempre.

- Vamos, que eu ainda tenho uma surpresa para você, baby.
- Mais uma?
- Sim.
- O que é?
- Se fosse para falar, não seria surpresa, Annie. – Ele me deu um beijo e me puxou para fora do quarto.

Quando chegamos de volta na festa, fomos para o palco onde eu tinha que jogar o buque. Esqueci completamente disso antes de trocar de roupa. Para não perder o costume, Paula pegou o buque outra vez. Acho que o namorado dela no Brasil ia ter um pouco de trabalho...

- Para fechar a noite, senhoras e senhores, eu tenho uma surpresinha para a minha querida esposa. Ano passado, quando nós viajamos ao Brasil, eu descobri que ela dançava na adolescência e que tinha um ritmo em especial que era o preferido dela. E eu aprendi só para dançar com ela hoje.
- Não... Você não fez isso. – Eu falei enquanto ele me arrastava para o meio do salão de novo e Super Homem, do Anselmo Ralph começava a tocar.
- Eu disse que ia aprender a dançar zouk não ia?
- Disse, mas eu achei que tivesse esquecido.
- Eu nunca esqueço das coisas que falo para você, baby.

Ele começou a me conduzir e eu me surpreendi por ainda lembrar como dançar aquilo e por ele ter aprendido em tão pouco tempo e escondido de mim. Quando nós acabamos, estávamos nos acabando de rir e sendo aplaudidos de pé na festa.

- Você é o melhor. – Falei e ele me deu u beijo.
- É tudo para você
- Definitivamente meu e para mim. E a recíproca é completamente verdadeira.
- É isso que me deixa feliz.

Ele me deu outro beijo e ali, a partir daquele momento, nós começamos o nosso para sempre. Tudo bem, o nosso para sempre podia durar uns 60, 70 anos, mas ia se eterno nesse intervalo de tempo. E eu ia ser a pessoa mais feliz do mundo durante todo esse tempo. 

Ainda não acabou, gente. 
O epílogo está aí em baixo e ainda tem um agradecimento fofo na próxima postagem.  

EPÍLOGO

A primeira coisa que eu vi quando abri os olhos foi a minha mão esquerda apoiada no peito de Josh. Aquela aliança ainda fazia um peso considerável no meu dedo. Tentei me mexer e tomei consciência de que os braços dele estavam em volta de mim e quando levantei a cabeça, vi que ele estava dormindo.

Meu marido. Para sempre. Meu. Eu já tinha o visto dormir diversas vezes, mas agora era diferente. Era a mesma expressão inocente no rosto dele, a mesma respiração constante e cheia de paz, mas ele não era o mesmo. Nem eu era a mesma. Eu não sabia que o casamento ia me mudar tanto... E isso só aconteceu há mais ou menos 24 horas. Ou mais.

A última coisa que eu fiz desde que nós chegamos foi pensar no tempo, ainda mais com o fuso horário do Brasil que é diferente do fuso horário dos EUA. Sim, nós estamos no Brasil. Ele me trouxe para casa. Ok, não estamos no Rio, mas ainda assim, é Brasil. Nós vamos conhecer Fernando de Noronha hoje... Se conseguirmos sair da cama.

POV JOSH

A primeira coisa que senti quando comecei a acordar foi o corpo dela junto do meu. Não a soltei nem enquanto estava dormindo e agora estava começando a sentir as articulações dos meus braços mais rígidas que o normal, mas não me importava realmente.

Coloquei a minha mão sobre a mão dela que repousava em meu peito e abri os olhos. Minha esposa. Para sempre. Minha. Ela estava me olhando dormir e eu não sabia que isso era possível, mas eu a amava ainda mais agora.

- Bom dia, marido. – Ela disse e sorriu.
- Bom dia, esposa. – Anne se aproximou e me deu um beijo.
- O que nós vamos fazer hoje? – Ela perguntou.
- Não faço ideia. – Respondi e nós rimos. Olhei para a mão dela que eu estava segurando e encontrei a aliança.
- O que foi? – Ela perguntou sorrindo. – Você tem uma igual na mão esquerda.
- Eu sei. Só estou tentando fazer a ficha cair.
- Eu também estava antes de você acordar.
- Parece que a aliança pesa dez vezes mais do que o peso normal no meu dedo.
- Eu também acho. Estou com um medo gigante de perder essa aliança, acho que nunca vou tirar do dedo.
- Você sabe que eu sou desligado, eu tenho certeza que vou perder em algum momento da nossa vida de casados. – Falei.
- Isa ser mais fácil se a aliança fosse permanente e nunca saísse mesmo. – Ela falou e eu tive uma ideia automaticamente.
- Permanente?
- Sim... – Ela respondeu com o tom de voz desconfiado e olhou para mim. – O que está passando na sua cabeça, Joshua?
- Tive uma ideia louca e não sei se você vai curtir muito... Mas como você se sente sobre fazer uma tatuagem nova?
- Dependendo do que for tatuar...
- E se eu fizer uma igual e no mesmo lugar? – Ela fez uma pausa, pensou e depois sorriu.
- Você quer fazer uma tatuagem combinando comigo?
- No dedo anelar na mão esquerda. Para ficar em baixo da aliança.
- Sério? – Ela abriu mais o sorriso.
- Sério.
- Eu topo. Mas vamos tatuar o que? Nossos nomes?
- Não, isso já tem gravado nas alianças. – Respondi. – Pensei em algo do tipo “Forever and always”.
- Eu acho que isso tudo não vai caber no meu dedo, Josh. – Ela disse e riu.
- É verdade, eu esqueço que você é pequena...
- Sem dizer que essa música me lembra o nosso acidente. E eu não quero me marcar mais com isso. Mas eu tive uma ideia...
- Qual?
- É diferente... E em latim.
- Latim?
- Ad eternum. É “para sempre” em latim.
- Eu casei com uma mulher que fala latim, é isso?
- Não, você casou com uma mulher que deu esse nome a um trabalho de fotografia da faculdade que falava sobre tatuagens. – Ela riu.
- É perfeito, Annie. – Dei um beijo nela.
- Nós vamos fazer quando voltarmos para LA? Eu não conheço nenhum tatuador por aqui, fiz a minha primeira tatuagem no Rio...
- Eu queria fazer o quanto antes, mas acho mais seguro nós fazermos em LA num estúdio que a gente conheça. E eu já tenho até uma ideia, acho que você vai gostar.
- Fala.
- Ah, Annie... Você consegue fazer melhor que isso para arrancar uma informação de mim. – Provoquei. Ela me deu um beijo.
- E agora?
- Você já foi melhor nisso, viu?
- Você vai se arrepender de ter falado isso, Joshua. – Ela jogou o corpo para cima do meu e me deu outro beijo.
- Annie, pode ter certeza que me arrepender é a última coisa que eu vou fazer. – Dei outro beijo nela e descobri que nós íamos demorar mais um pouco para sair da cama...

UMA SEMANA DEPOIS

- Você tem certeza que quer fazer isso? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Se eu não tivesse certeza, não estaria aqui, baby.
- Sabe, tatuagem é pra vida toda... – Eu não queria que ela se arrependesse depois.
- Que nem a gente. Ou você acha que eu pretendo me divorciar de você e virar mais um casal que não deu certo nas estatísticas de Hollywood? Não, baby, você vai ter que me aturar para sempre. – Ela sorriu e me deu um beijo. – Mas você vai fazer primeiro, porque eu sou fraca com dor. – Eu ri.
- Você é um labirinto, sabia?
- Sim. E se você só reparou nisso agora, eu sinto em lhe dizer que nós já estamos casados...
- Droga, eu devia ter pensado nisso antes de consumar o matrimônio com você... Aí a gente só ia precisar pedir anulação. – Brinquei.
- Mas você consumou. Muitas vezes. E agora você vai ter que superar o fato de que é meu marido.
- Fala de novo? – Ela se aproximou do meu rosto.
- Meu marido. – Dei um beijo nela e parei antes que nós acabássemos consumando o matrimônio mais uma vez.
- Vamos sair logo desse carro senão essas tatuagens não ficam prontas hoje... – Falei.

Quando nós saímos do carro, eu vi dois paparazzis no outro lado da rua já tirando fotos de nós dois. Anne arrumou a postura, jogou o cabelo para um lado e me deu a mão quando percebeu para onde eu estava olhando.

- O que foi? – Ela perguntou. – Eu tenho que sair bonita nas fotos...
- O contrário é impossível, baby. – Ela corou. Aquela era uma das coisas que eu mais gostava nela. Depois de mais de dois anos, muito drama e um casamento, eu ainda conseguia fazê-la corar com um elogio.

Ela se distraiu conversando comigo e só percebeu que nós já tínhamos chegado no estúdio quando nós entramos e ela reconheceu o lugar.

- Você está brincando, não é? – Ela perguntou.
- Sobre o que?
- Sobre o lugar onde nós vamos fazer as tatuagens... Deus do céu, aquela ali tatuando é a Kat Von D! Ela é uma lenda, Josh!
- Eu sei que você sempre quis fazer uma tatuagem com ela... E mesmo se não soubesse, você deixou claro quando me fez assistir uma maratona de LA Ink. – Falei para ela e depois me virei para a recepcionista. – Oi, eu sou o Josh. Eu e a minha esposa temos uma hora marcada com a Kat.
- Qual é o sobrenome de vocês?
- Hutcherson. – Anne respondeu aparentemente orgulhosa de poder usar o meu nome oficialmente.
- A Kat está finalizando uma tatuagem, vocês podem esperar dez minutinhos ali no sofá? – A recepcionista falou depois de digitar algumas coisas no teclado.
- Tudo bem, obrigado. Nós chegamos cedo mesmo. – Puxei Anne para o sofá e ela ainda estava com aquele sorriso bobo no rosto. – O que foi?
- É a primeira vez que eu uso o seu nome como meu. Ok, isso foi confuso...
- Não foi, eu entendi. Eu também estou fazendo questão de gritar para o mundo que você é minha esposa.  Por isso não registrei a sua reserva como Borges, mas como Hutcherson.
- Eu acho que já te disse isso hoje, mas eu te amo, viu? – Ela falou com o tom de voz sério.
- Você pode repetir quantas vezes quiser. E eu também amo você. – Dei um beijo nela e me contive porque sabia que nós dois estávamos sendo filmados. Afinal, esse estúdio é o cenário de um reality show.

Alguns minutos depois, Kat veio nos chamar. Eu já tinha ganhado meu dia só de ver o tamanho do sorriso da Anne quando nós falamos com ela.

- Vocês dois vão fazer uma tatuagem combinando, é isso? – Ela perguntou quando nós entramos na parte dela do estúdio.
- Sim. – Respondi. – Nós queremos fazer a mesma tatuagem no dedo anelar da mão esquerda.
- Vocês se casaram há pouco tempo, certo? – Nós dois rimos.
- Há um pouco mais de uma semana. – Anne respondeu.
- Dá para perceber só de olhar para vocês... – Ela comentou. – E como vai ser essa tatuagem?
- Então, o meu dedo é pequeno, palavras muito grandes não iam caber. Nós pensamos e queremos fazer “Ad eternum”. É “para sempre” em latim.
- Vai ser mais fácil do que eu pensava. A tatuagem vai ficar por baixo da aliança?
- Sim. – Respondi e ela pegou a mão da Anne para ver o tamanho do anel.
- Anne, eu vou fazer o seu desenho primeiro e depois, se vocês gostarem, eu só vou precisar fazer um desenho um pouco maior para o Josh.
- Ok.

Minutos depois, eu e Anne já estávamos com o primeiro esboço da tatuagem nos nossos dedos. Ia ser mais rápido do que eu tinha imaginado. Eu fui fazer a minha tatuagem primeiro e doeu um pouco, mas eu fiz cara de forte para Anne não se desesperar. A dela foi ainda mais rápida que a minha e enquanto nós estávamos lá, Kat fez algumas perguntas sobre nós e sobre o motivo daquela tatuagem. Nós autorizamos o uso das nossas imagens no programa e, no fim das contas, isso até distraiu a Anne da dor que eu sabia que ela estava sentindo.

POV ANNE

Quando acabamos, tiramos as fotos das tatuagens que iam para o arquivo do estúdio e para o programa, Josh paguei e nós fomos para casa, sem aliança e fazendo de tudo para não virem as nossas tatuagens pela rua. A dor já tinha passado, mas eu acho que nós vamos demorar um pouquinho para colocar as alianças outra vez.

- Você gostou? – Ele perguntou quando nós fizemos o que sempre fazíamos assim que chegávamos em casa: Nos jogamos no sofá.
- Eu amei, baby. E você?
- Já é a minha tatuagem preferida. – Eu sorri e dei um beijo nele.
- Foi uma ideia genial, sabia?
- Eu geralmente tenho ideias assim. Tipo quando eu tomei coragem e fui falar com você naquele restaurante no dia do brunch de In New York’s Streets.
- Quando tiraram uma foto nossa e os sites de fofocas publicaram que você estava almoçando com uma “morena misteriosa”.
- Já parou para pensar que nós poderíamos não estar aqui se aquelas fotos não tivessem saído? Nós não iríamos almoçar juntos no dia seguinte e eu não ia precisar dar uns socos no seu ex-namorado bêbado.
- Você não teria precisado subir até o meu apartamento e não teria me beijado.
- Julie, Ian, Keegan e Isabella provavelmente também não teriam começado a namorar quando começaram...
- Para por aí, pensar “no que teria acontecido” me dá arrepios. – Falei.
- Até porque, nós acabamos de nos marcar com um “para sempre”. – Ele me deu um beijo. – E eu amo você. Para sempre.
- Ad eternum. – Falei.
- Forever and Always...
- Ever After.

Confesso que chorei bicas e enrolei para escrever ese final.

35 - Waiting for a girl like you

5
COM

- Hey, baby. – Josh disse quando me viu abrir os olhos. – Dormiu bem? – Ele deu um beijo na minha testa.
- Como um anjo. E você? – Me aninhei em seu peito e ele me abraçou.
- O mesmo. O que foi bom. Porque eu tenho certeza que não vou conseguir fechar os olhos essa noite. – Respirei fundo.
- Você não vai estar mais ansioso que eu. – Me estiquei e dei um beijo nele. – Bom dia, baby.
- Bom dia, Annie. – Ele colocou o meu cabelo para trás e deu uma gargalhada quando olhou para o meu pescoço.
- O que foi? – Coloquei a mão e senti uma pontada de dor leve. – Josh, o que é isso?
- Annie, tem uma marca roxa no seu pescoço.
- Hã? – Ele riu do meu desespero. – Não ria, Josh, isso é sério! Eu vou usar um vestido tomara que caia hoje! E amanhã também! – Falei mais alto.
- E todo mundo vai saber que eu não consigo me controlar perto de você. Era eu quem devia estar preocupado, minha fama de badass vai acabar. Imagina só, perdido por uma mulher de 1,60 de altura...
- Perdido?
- Isso vai soar clichê, mas sim. Perdidamente apaixonado. – Suspirei.
- Eu desisto, não consigo ficar brava com você! – Dei um beijo nele. – Até porque as suas costas não devem estar no estado normal...
- Você abusa de mim, Anne.
- Mas você usa camisa. E sabe que eu gosto de marcas. – Eu ri.
- Então vai gostar dessa aí no seu pescoço quando olhar no espelho.
- Eu levantaria daqui se tivesse coragem. Tenho certeza que não ai demorar muito pra alguém ligar e arrancar a gente do lugar seguro...
- Depois você vê... – Ele me deu um beijo. – Preparada para o jantar de ensaio?
- É só um jantar. Eu fico repetindo isso para mim mesma para ver se eu consigo ficar calma.
- No fim das contas, vai ser só um jantar. Onde nós vamos ser o centro das atenções. E você vai ter uma surpresa...
- Surpresa?
- Sim. Ou você achou mesmo que eu ia deixar o nosso jantar de ensaio passar em branco?
- Você acabou de dizer que vai ser só um jantar, no fim das contas...
- Vai ser só um jantar para os convidados. Eu esperei muito tempo por isso para deixar ser só um jantar para você.
- O que você vai fazer, Josh?
- Você acha mesmo que eu vou contar? Vai ter que esperar até a noite, baby. E é bom levar um lencinho, sei que você chora à toa...
- Se você me fizer borrar a maquiagem...
- Você vai me amar mais ainda. – Ele me deu um beijo rápido.
- Convencido. Quem foi que disse que eu te amo?
- Você. 26 vezes no meu aniversário. E mais muitas pela vida.
- Espera. – Me sentei na cama. – Você se lembrou do seu aniversário! – Agarrei o pescoço dele. – Isso é muito bom. Era uma das coisas que você não lembrava por nada...
- Minha memória está voltando de vez.
- Isso é incrível! – Eu estava comemorando mais que criança ganhando presente de natal. De repente porque ele era um dos melhores presentes que eu já tinha ganhado. – E sim, eu amo você.
- Sua reação ao fato da minha memória estar voltando não me deixou dúvidas. – Ele me beijou. – E por favor, a gente vai se casar amanhã, você tem que no mínimo gostar um pouquinho de mim. – Eu ri.
- Vou deixar qualquer tipo de declaração fofa para amanhã.
- Amanhã?
- Você realmente achou que era o único a fazer surpresas?
- Anne...
- E não vai ser nem muita surpresa. Eu falei com a Kelsey e vou poder fazer um discurso na festa amanhã.
- Noivas não fazem discursos, Annie. Noivos fazem.
- Mas no nosso casamento, a noiva e o noivo vão fazer, oras. Eu fiz discursos nos casamentos das minhas amigas e você achou que eu não ia fazer no nosso? Por favor. Joshua.
- Não gostei disso. – Ele falou sério.
- Por quê?
- Porque você vai me fazer chorar. Você sempre faz todo mundo chorar com seus discursos. – Eu ri.
- Pode deixar, eu te empresto o lencinho que vou usar hoje... – Ele riu e me puxou para perto outra vez. E o telefone tocou.
- Estava demorando. – Ele estendeu a mão pra a mesa de cabeceira e atendeu o celular. Eu fiquei olhando para o nada e não prestei atenção no que ele estava falando, mas vi quando desligou porque ele colocou o celular no lugar outra vez.
- O que foi? – Perguntei.
- Nossas famílias chegaram.
- Todo mundo?
- Todo mundo.
- Acho que a gente precisa descer.
- Infelizmente, eu vou precisar te largar. – Ele disse e me deu um beijo na testa.
- Quando amanhã acabar, você não vai precisar me largar nunca mais. E eu não vou te deixar fazer isso.
- Forever and Always, Annie. – Sorri.
- Kiss me Slowly, Josh. – O respondi com outra música da mesma banda. E ele me beijou do jeito que eu tinha pedido.

Nós adiamos a parte em que tínhamos que levantar por um bom tempo, mas enfim, levantamos nos arrumamos para descer. Eu fiz de tudo para esconder a marca roxa no meu pescoço, mas ainda estava inchado, só ia melhorar para mais tarde. Consegui disfarçar um pouco, mas se prestassem atenção, iam perceber que tinha alguma coisa ali.

- Coloca o cabelo assim, baby. – Josh apareceu atrás de mim no espelho e colocou meu cabelo todo para o lado esquerdo, escondendo o meu pescoço e a marca.
- Não vai dar pra ficar assim o tempo todo, chuchu. – Ele sorriu e apoiou o queixo no meu ombro direito.
- Nós só temos que torcer para o Keegan não perceber. – Ele disse.
- Nem o Connor. – Falei. – Ou pior, o meu pai. – Ele ficou vermelho.
- Oh boy... O seu pai chegou.
- E você deixou uma marca na filha dele...
- Anne, bota mais maquiagem nisso aí, tem que esconder direito! – Ele falou tirando o meu cabelo de onde estava e indo buscar a minha bolsinha de maquiagem. Dei uma gargalhada.
- Você ainda tem medo do meu pai! – Me virei para olhar para ele.
- Mentira.
- Claro que não, você está morrendo de medo dele ver essa marca no meu pescoço! – Eu ria de me contorcer.
- Não ria, Anne, isso é sério!
- AAAAAH, agora é sério, né, Hutcherson?
- Me chamar pelo sobrenome é jogo baixo, Anne, você sabe que eu gosto.
- Você me chama de Annie o tempo todo e tem o mesmo efeito, shh!
- Ok, eu relevo. Mas cobre isso direito, Annie... – Levantei a sobrancelha por causa do apelido.
- Eu já cobri o que tinha para cobrir, Josh. Está aparecendo porque está inchado. E a culpa é sua, Supera, toma coragem e vamos descer. – Falei o puxei pelo braço.

Quando nós descemos, encontramos nossos pais tomando café da manhã com os nossos amigos que já estavam lá. Meu irmão e Joey correram para pular em mim e Josh e nós continuamos a andar com eles no colo. Eu só não esperava que Matheus fosse me abraçar pelo pescoço. E tirar o meu cabelo de onde ele tinha sido milimetricamente colocado.

- Oi mãe! – Falei quando me aproximei dela.
- Como você está, minha filha? – Coloquei Matheus no chão e dei um abraço nela. – O que é isso no seu pescoço, Anne? – Ela perguntou baixinho.
- Está aparecendo? – Perguntei assustada.
- Sim. – Ela colocou os meus cabelos para frente quando nos afastamos. – O Josh tem que ser mais cuidadoso... – Eu provavelmente corei quando ela disse isso.
- Vou passar o recado, pode deixar.

Falei com as outras pessoas que tinha chegado junto com os meus pais e tomei muito mais cuidado em esconder o meu pescoço dessa vez. Mich foi a única pessoa que viu além da minha mãe.

- A sua mãe e a minha mãe viram o meu pescoço. – Falei baixinho para Josh quando nós estávamos caminhando pelo vinhedo com os nossos pais depois do café da manhã.
- Elas nunca mais acreditam na nossa inocência...
- Acho que já não acreditavam antes... – Ele me deu um beijo na testa.
- Isso é só um detalhe, Annie.
- O engraçado é que a minha mãe nunca falou de meninos comigo. E agora, um dia antes do meu casamento, ela acha um chupão no meu pescoço.
- Você e a sua mãe nunca foram próximas, mesmo, né?
- Nope. Me poupou “a conversa”. Ela nunca falou de sexo comigo. Graças a Deus. Isso teria sido constrangedor.
- Você não sente falta disso?
- Sentia, quando tinha 18 anos. Agora não, acostumei. E aprendi tudo o que ela não me ensinou, sozinha.
- Promete que você não vai deixar a Sophia aprender assim?
- Prometo. – Ele me deu um beijo e nós continuamos caminhando e mostrando o Ponte Winery para a família até a hora do almoço.

- Chegou a hora de dizer adeus ao seu noivo, Anne. – Kelsey surgiu do nada e falou quando nós estávamos conversando depois do almoço. O resto das nossas famílias estava prestes a chegar.
- Como assim, Kelsey? – Ainda não tinha me acostumado com a ideia de ficar longe dele, de verdade.
- Tem um cabeleireiro e uma maquiadora te esperando para começar a te arrumar para o jantar.
- Já esta na hora?
- Sim. – Respirei fundo.
- Eu tenho que ir. – Falei para Josh. Ele me deu um longo beijo na testa.
- Por favor, vocês dois. Vão ser só algumas horas! – Julie disse.
- E pela marca no seu pescoço, vocês aproveitaram bem a noite passada, Anne. – Keegan. Sendo Keegan.
- Obrigado, Keegan. – Josh disse e eu me levantei. Por sorte, meu pai não estava por perto.

Kelsey me levou para o mesmo quarto onde eu tinha me arrumado com as meninas para as fotos no dia anterior, só que dessa vez só tinha “equipe de preparação” para mim. Eu tomei um banho e lavei os cabelos. Depois fiquei de roupão por umas duas horas. Eles fizeram as minhas unhas outra vez, escovaram e enrolaram os meus cabelos e fizeram a minha maquiagem. Meu vestido estava no meu quarto porque eu não deixei ninguém ver antes da hora.

O quarto que usei para me arrumar era perto do meu, então eu não tive grandes problemas no caminho. Quando entrei, ouvi o barulho do chuveiro e vi a carteira e o celular de Josh em cima da cama. Peguei meu vestido no armário e o tirei da capa. Depois do meu vestido de noiva, esse era o meu preferido entre todos os que eu tive que escolher. Era cinza, com um bordado que marcava a minha cintura e valorizava os seios ao mesmo tempo. A saia tinha quatro camadas de tecidos e terminava numa mini cauda. Tirei o roupão e coloquei o vestido com mais facilidade que o vestido de noiva do dia anterior porque o zíper desse era na lateral.

- Uau. – Ouvi Josh dizer. Quando me virei, ele estava na porta do banheiro, enrolado na toalha.
- Gostou?
- Você está linda. Como sempre. – Sorri.
- Obrigada, baby. Você vai assim, num visual recém-saído-do-banho? – Perguntei.
- Apesar de achar que eu ia fazer sucesso, não. – Ele riu e veio para perto de mim, pegar a capa que tinha a roupa dele no armário. – Sabe, tem alguém que diz que gosta quando eu uso preto.
- Sério? Quem é? – Perguntei.
- Ah, uma menina aleatória que vai virar minha esposa amanhã. Você conhece?
- Não sei... Depois eu confirmo para você. Hum, mas isso quer dizer que você vai usar preto? – Ele abriu o zíper da para.
- Black total.
- Oh céus, você vai ficar lindo.
- Não tanto quanto você.
- Se veste e a gente compara.

Enquanto eu estava calçando as minhas sandálias, Josh colocou a roupa. Ele ia usar calça, camisa, paletó e sapatos na mesma cor: preto. Eu estava no espelho fazendo retoques na maquiagem – e checando se a marca no meu pescoço tinha sido devidamente escondida, agora que não estava mais inchada – quando ele parou pronto ao meu lado. Menos de dez minutos depois de ter saído do banheiro.

- Eu disse que você ia ficar lindo.
- Mentira. Só vão ter olhos para você a noite toda.
- Dã, eu sou a noiva. Eu podia estar vestido um saco de batatas e ia continuar sendo o centro das atenções.
- Mas você não está usando um saco de batatas.
- Não mesmo. É um Gucci.
- Eu estou de Armani.
- No fim das contas, nós formamos um belo casal. – Falei olhando nosso reflexo no espelho. Sem falsa modéstia, nós estávamos bem bonitos.
- Se nada der certo, pelo menos nossos filhos vão ser as crianças mais lindas do mundo.
- Tudo vai dar certo, baby. – Falei e dei um beijo nele. – Acho que nós temos que descer. – Disse enquanto limpava o meu batom da boca dele.
- Não antes de você retocar o seu batom. – Ele disse.
- Borrou? – Me virei para o espelho.
- Não. Mas vai borrar agora. – Ele me puxou e deu um mega beijo. – Depois desse jantar, eu só vou ter oportunidade de te beijar assim na nossa lua de mel. Deixa eu aproveitar. – Ele me beijou outra vez. – Agora você pode retocar o seu batom e eu posso tirar o seu batom de mim. Já basta de marcas por hoje. Aí nós vamos descer.
- Certo.

O jantar de ensaio ia ser no Barrel Room, basicamente do outro lado do vinhedo. Quando nós descemos, tinha um carro nos esperando a mando de Kelsey. Ela pensava em tudo, era fácil casar assim. O Barrel Room era basicamente, um galpão. Só que por dentro, as paredes eram “revestidas” por barris de vinho. Tivemos que esperar todos os convidados entrarem e fomos por último, éramos a atração da noite.

Para o jantar, além das nossas famílias e dos padrinhos, poucos convidados tinham chegado. Jennifer estava lá, ao lado de seu marido, Nicholas. Andre, Avan, Troian e Patrick, que eu não via há muito tempo, Natalie, Beatrice, Lindsey e... Eric. Com a Meredith. Foram as únicas pessoas que eu consegui reconhecer quando nós entramos.

Tinham colocado uma banda tocando durante o jantar e a comida foi servida logo depois que eu e Josh chegamos. Depois que todos comeram, Josh se levantou e eu me lembrei da tal surpresa. Devia ser um brinde...

- Boa noite. – Ele disse. – Antes de qualquer coisa, eu quero agradecer a presença de todos vocês aqui hoje e amanhã. É um momento incrivelmente importante na minha vida e na vida da minha futura esposa – Respira, Anne. Respira. – e nós estamos muito felizes por cada um de vocês que está aqui dividindo isso conosco. – Ele fez uma pausa.

- A tradição diz que eu devia propor um brinde à minha noiva agora. Mas eu sou eficiente, vocês sabem. E eu adoro surpresas.
- Mentira, você adora me deixar ansiosa. – Falei.
- Também. – Ele riu. – Eu tenho certeza que vocês sabem que a Anne é PHD em discursos, e eu tive que pensar numa maneira de homenageá-la num brinde sem decepcionar no discurso... E eu não sou tão bom com as palavras feito ela, por isso eu vou usar as palavras de outra pessoa. Cantando.
- Não... – Falei.
- Sim. Presta atenção, ok? – Ele puxou um lenço da lapela do paletó. – Você vai precisar.

Ele me deu um beijo na testa e pegou um violão com um músico da banda. Colocaram um banquinho no meio do salão com um pedestal e um microfone exatamente ajustados para a altura dele. Aquilo tinha sido combinado há muito tempo... Ele não falou nada antes de começar a tocar a música no violão. Eu demorei a reconhecer a introdução, mas quando ele começou a cantar, eu tive que pensar em como fazia para respirar.

“So long, I’ve been looking too hard, I’ve been waiting too long,
Sometimes I don’t know what I’ll find, I only know it’s a matter of time
When you love someone, when you love someone
It feels so right, so warm and true
I need to know if you feel it too
Maybe I’m wrong, won’t you tell me if I’m coming on too strong
This heart of mine has been hurt before
This time I wanna be sure.
I’ve been waiting for a girl like you to come into my life
I’ve been waiting for a girl like you, your loving will survive
I’ve been waiting for someone new to make me feel alive
Yeah, waiting for a girl like you to come into my life.
You’re so good, when we make love it’s understood
It’s more than a touch or word can say
Only in dreams could it be this way
When you love someone, when you love someone
Now I know it’s right, from the moment I wake up from deep in the night
There’s nowhere on Earth that I’d rather be than holding you tenderly

Quando ele acabou, eu estava usando o tal lencinho que ele tinha me dado. Eu me levantei e fui até ele, ainda chorando. Ele levantou e me puxou num abraço. Juro que ouvi uns “awns” vindos dos convidados.

- Você me fez chorar... – Falei.
- E?
- Eu te amo mais ainda. Essa música é perfeita, Josh. 
- Eu esperei muito tempo por você, Annie. Eu já te disse isso, mas você é a mulher da minha vida. – Eu chorei mais.
- E eu nunca duvidei, mas agora eu tenho mais certeza do que já tinha. Você também é o homem da minha vida. E eu não podia estar mais feliz. – Ele me deu um beijo e eu lembrei que nós não estávamos sozinhos quando ouvi aplausos.

 Nós nos afastamos e ele pegou o microfone outra vez enquanto eu enxugava algumas lagriminhas que cismavam em continuar caindo.

- Nós não acabamos.
- Não? – Perguntei.
- Não.
- Eu vou chorar mais?
- Não, porque agora nós vamos dançar. – Ele disse.

Tiraram o banquinho e o pedestal do microfone que estavam no salão e a banda começou a tocar Kiss, do Prince.

- Sério? – Perguntei rindo enquanto ele me puxava para o meio do salão e começava a dançar comigo.
- “You don’t have to be rich to be my girl, you don’t have to be cool to rule my world” – Ele começou a cantar para mim.
- “Ain’t no particular sign I’m more compatible with, I just want your extra time and you kiss” – Continuei a música e quando eu acabei, ele me deu um beijo. Voltamos a dançar e quando olhei para os lados, várias pessoas estavam dançando conosco.

O jantar ficou bem animado depois disso, a banda continuou tocando músicas dançantes e nós ficamos naquilo pelo resto da noite.

- Annie, não tem ninguém prestando atenção na gente... – Josh disse.
- O que tem?
- Acho que a gente consegue ir para o quarto sem chamar muita atenção. – Gostei da ideia dele.
- E depois que a gente entrar, nada vai fazer a gente sair.
- Aja naturalmente, e vamos. – Nós saímos do Barrel Room sem maiores problemas.
- Foi até fácil. – Falei.
- Temos que ir rápido, senão vão nos pegar no caminho.
- Espera um segundo. – Parei, tirei as sandálias, levantei o vestido e o segurei com uma mão e estendi a outra para Josh. – Corre. – Ele sorriu e me deu um beijo.
- Cara, eu te amo. – Ele riu outra vez e começou a correr. Chegamos relativamente rápido na casa de hospedagem e fomos para o nosso quarto o mais discretamente possível.
- Conseguimos. – Eu disse quando chegamos na porta. Ele me puxou e me beijou enquanto abria a porta.
- Enfim, sós. – Eu ri pela repetição da frase que ele tinha usado na noite anterior.
- Sós? – Outra pessoa falou e nós demos um pulo de susto. Era Clara, a minha prima.
- Meu Deus, o que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei. Clara, Giovanna, Isabella e Seth, Julie, Amy, Amanda, Michelle e minha mãe estavam sentadas na nossa cama.
- Garantindo que o Joshua vai passar a noite bem longe de você. – Mich disse.
- Mãe! – Ele falou.
- Mãe, nada, Joshua Ryan. Vocês vão se casar amanhã e não vão dormir juntos essa noite. – Ela caminhou na nossa direção com uma bolsa enquanto falava.
- O que é isso? – Ele perguntou.
- Eu ainda sei fazer uma bolsa para você. Os meninos estão te esperando no andar de cima.
- Nós não temos escolha, certo? – Perguntei.
- Não. – Isabella respondeu. Olhei para Josh e ele estava com aquela cara de cachorro abandonado. Dei um beijo nele.
- Até amanhã, baby. – Falei.
- Até amanhã, Annie. Vocês aí, cuidem bem dela. – Ele disse antes de sair.
- Vocês estavam na festa quando nós saímos... Como conseguiram chegar aqui antes? – Perguntei.
- Nós sabíamos que vocês iam tentar alguma coisa... E viemos de carro assim que vocês saíram. – Julie disse.
- Eu posso pelo menos tomar um banho? – Perguntei.
- Sinta-se à vontade. Finja que o quarto é seu. – Giovanna falou.
- Obrigada pela hospitalidade. – Falei e peguei as minhas roupas, minha nécessaire, o celular e fui para o banheiro.

Tomei um banho rápido e quando estava me vestindo, meu celular vibrou. Era uma sms de Josh.

“Me encontre no lago ás 4 da manhã. Eu sei que você não vai conseguir dormir. Amo você.”

Achei aquilo uma loucura e me senti com 12 anos, mas respondi.

Ok. No lago. Às quatro. E eu também te amo.”

Hey chuchus! Mil desculpas pela demora, me enrolei com a faculdade essa semana.
Pra compensar, eu virei a noite escrevendo esse. 
Sim, eu vi o dia nascer de 20 para 21 e GUESS WHAT? 
O mundo não acabou e vocês vão ler o final  feliz de Joshanne!