31 - She wears a white dress


Tive coragem de sair da cama e encarar o dia que me esperava, mas estava com um pressentimento ruim em relação ao jantar. E não era nem tanto por causa dos pais de Josh, nós conversamos pelo Skype durante a semana e tudo correu super bem, eles eram uns fofos e até então, pareciam ter gostado de mim. Mas ainda tinha aquela vozinha lá no fundo cismando em me dizer que alguma coisa ia fugir do meu controle.

- Isso é só o seu nervosismo, Ann. Vai dar tudo certo. – Julie disse depois de eu ter falado do meu pressentimento para ela e Isabella enquanto nós estávamos na cozinha.
- Julie está certa, chuchu. Não tem como nada dar errado. – Isabella disse mexendo a panela do molho.
- Eu sei, e essa é a pior parte! Odeio ser surpreendida com coisas ruins... – Eu quase me cortei com a faca que estava usando para cortar os legumes.
- Eita, cadê a Anne de pensamento positivo que a gente conhece, hein? – Julie falou e só não me abraçou porque estava com a mão suja de frango. – Vamos concentrar nossas energias nesse frango, porque ele tem que ficar bom. – Estávamos usando uma receita da minha avó, adaptada, por causa da diferença de ingredientes que existe nos mercados do Brasil e de Nova Iorque. Quando a minha avó fazia, ficava bom... Restava saber se a nossa capacidade de invenção era boa. Quando os meninos chegaram da rua, nosso assunto acabou. Não queria comentar sobre isso na frente de Josh.
- Que cheiro bom! – Keegan falou assim que entrou na cozinha, com duas sacolas de compras. Ian e Josh traziam mais duas cada.
- Encontramos tudo o que tinha na lista de vocês para a torta da Julie. – Ian disse.
- Ai, a torta da Julie... – Não resisti quando lembrei de todo aquele chocolate.
- Vamos fazer logo essa torta antes que o frango vá para o forno. – Julie falou. Sinceramente, eu não sabia o que seria daquele jantar sem ela. Quer dizer, eu sabia. Nós íamos comprar a comida e seríamos felizes. Mas comida caseira é bem mais apresentável quando você vai conhecer a família do seu namorado, mesmo que você não tenha feito essa comida.

Por incrível que pareça, nós não sentimos a hora passar distraídos com os preparativos. Os meninos montaram uma mesa de jantar na parte coberta do segundo andar, perto do meu quarto com Josh. Arrumei as toalhas, louças, talheres e taças umas dez vezes até achar que estava aceitável. Depois tirei os pratos, os talheres e as taças e levei de volta para a cozinha, para arrumar tudo de novo na hora em que fôssemos usá-los. A cada hora que passava por mim, Josh me dava um beijo na bochecha para me acalmar. Pelo menos de uma coisa eu tinha certeza naquela noite: Ele ficaria ao meu lado. E eu respirava um pouquinho mais aliviada toda vez que pensava nisso.

Quando fui para o quarto me arrumar, me deparei com Josh sentado na cama, brigando com uma caixa de sapatos, papel de presente, tesoura e fita adesiva.

- Precisa de ajuda aí? – Perguntei e ele deu um pulo porque não tinha percebido que eu tinha entrado no quarto.
- Droga, era pra você chegar quando tivesse embrulhado! – Ele falou, tentando esconder a caixa nas costas.
- Isso é para mim? – Perguntei me aproximando.
- Era para ser uma surpresa! – Ele desistiu de tentar esconder a caixa de sapatos. – Senta aqui.
- Josh, não prec-
- Se você falar que não precisava eu vou ficar bravo. – Parei de falar no mesmo instante. – Eu não preciso de motivo para te dar um presente! E hoje até que a gente tem motivo... Sem dizer que eu acho que um par de sapatos novos vai te fazer relaxar um pouquinho. – Ele estendeu a caixa. – Feliz aniversário de namoro, Ann. – Ele achou mesmo que eu tinha esquecido? Quis confirmar.
- Feliz aniversário de namoro? Meu Deus, hoje é dia 4! – Fiz cara de drama e coloquei a mão na testa.
- Não tem problema você ter esquecido... Mês passado nós estávamos separados e hoje... Bem, você está uma pilha há dias! – Eu ri.
- Você achou mesmo que eu ia esquecer? – Me levantei e fui até o armário. Peguei o presente dele e voltei para a cama. – Feliz aniversário de namoro, Josh. – Entreguei o presente e lhe dei um beijo.
- Quem abre primeiro?
- Você. Quero ver a sua reação. – Ele desembrulhou o presente e eu vi os olhos dele brilharem quando ele reconheceu o cd que eu tinha comprado. Era uma edição especial antiga do Lil Wayne, o único dele que Josh não tinha.
- Ann... Como... Onde você encontrou esse cd? Eu procuro ele há anos! – Ele não sabia se olhava para mim ou para o cd.
- Pode-se dizer que fazer amizade com os donos de todas as lojas de cd da redondeza me deu uma vantagem. Eu sabia que você ainda não tinha esse... – Ele me deu um beijo.
- Obrigado, eu adorei! Os seus presentes são sempre os melhores. – Ele disse com um sorriso de orelha a orelha.
- Disse o menino que me levou à Broadway... – Dei um beijo nele.
- É a sua vez... As meninas disseram que você ia pirar...
- Elas sabiam? – Ele assentiu. – Tratantes! – Eu disse rindo e abri a caixa de sapatos.
- Meu. Deus. – Tirei um pé do sapato da caixa para olhar de perto. Eu tinha 500 scarpins, mas aquele era diferente. Era todo revestido com glitter preto, era a minha cara. – Ele brilha! – Foi a primeira coisa que eu falei depois que peguei o sapato. Josh riu da minha constatação óbvia.
- Sim, ele brilha... Que nem você, twinkle little star.
- AH! – Eu literalmente pulei no pescoço dele. – Eu adoreeei! Obrigada baby! – Lhe dei um beijo e nós perdemos o equilíbrio e caímos na cama rindo.
- É a primeira vez que você ri assim nesses dias... O segredo era um par de sapatos? – Ele perguntou tirando uma mecha de cabelo dos meus olhos.
- Eu não estou rindo assim por causa do sapato. – Ele levantou uma sobrancelha. – Ok, pode ter influência do sapato... Mas é uma influência pequena. O culpado pelo meu sorriso é você. – Ele me deu um beijo.
- Hoje a gente faz três meses juntos. – Revirei os olhos fazendo as contas. – Ok, três meses meio juntos, meio separados. – Nós rimos. – Mas o que importa é que agora, nós estamos completamente juntos.
- Nada de meio a meio. Totalmente. – Ele me puxou para mais perto.
- Eu amo você, Anne Christine Borges. – Tive que suspirar com o sotaque dele falando o meu Borges.
- Eu também amo você, Joshua Ryan Hutcherson. – Nos beijamos outra vez.
- Já disse que adoro o seu sotaque quando você fala o meu sobrenome? Você quase não tem sotaque no inglês, mas fala diferente.
- Engraçado, eu ia dizer a mesma coisa... – Nós rimos cara a cara.
- Onde você esteve a minha vida toda, hein?
- No Brasil. Assistindo a todos os seus filmes. – Respondi. – Só não pergunto onde você esteve a minha vida toda, porque você sempre esteve lá, mesmo que não soubesse disso.
- Mas agora eu estou aqui e sei disso. E acho muito melhor do que quando não sabia. – Ele falou fazendo carinho no meu rosto.
- Sinceramente? Eu também. – Nós rimos. Eu poderia ficar ali a noite toda, mas nós tínhamos que estar apresentáveis quando os pais dele chegassem. – Hum, Josh... Acho melhor a gente começar a se arrumar.
- Sim, está ficando tarde. – Nós dissemos isso, mas não nos mexemos.
- Ok, o chuveiro não vai vir até aqui. – Falei me sentando na cama. Ele fez o mesmo, se aproximou do meu rosto e me deu um beijo. – Desse jeito fica difícil, Josh! – Eu disse tentando me afastar.
- Tudo o que é bom dura pouco, ok, vamos nos arrumar... – Ele se aproximou de novo. – Mas mais tarde, você é minha.
- Combinado. - Dei um beijo rápido nele e fui tomar banho.

Tinha separado um vestido branco para usar, e como combinava com o sapato que Josh havia me dado, resolvi usar junto. Como ainda ia voltar na cozinha, prendi os cabelos num rabo de cavalo alto, mas deixei a franja. Não exagerei na maquiagem, deixei basiquinha porque assim corria menos risco de errar.

- Você está linda. – Dei um pulo quando ouvi a voz de Josh.
- Obrigada. Não tinha percebido que você já estava aí.
- \Você estava distraída... Me arrumei sem fazer barulho. – Parei para prestar atenção na roupa dele. Ele estava de jeans e camisa social preta. Já disse que adoro quando ele usa preto? Pois é.
- Adoro quando você usa preto. – Disse depois que me aproximei.
- Eu sei. Escolhi essa camisa de propósito. – Ele me puxou para mais perto.
- Você também está lindo.
- Geralmente eu diria que era só para você... Mas hoje você vai ter que me dividir com a dona Michelle. – Ele brincou. Eu respirei fundo.
- Você tem certeza que ela vai gostar de mim?
- Ela já gostou, Anne. E eu acho que não tem como ela não gostar mais ainda quando perceber como eu estou feliz. – Eu sorri. Nós continuamos abraçados até que ouvimos umas batidinhas na porta do quarto.
- Vocês estão vestidos? – Era Connor. Eles chegaram. Acho que fiquei quase tão branca quanto o meu vestido.
- Respira, Ann. – Josh disse baixinho antes de ir abrir a porta. Achei que ir atrás dele seria melhor do que ficar paralisada no meio do quarto.
- Sim, nós estamos vestidos. – Ele respondeu. – E aí, Connor? – Eles se abraçaram como sempre faziam quando se viam e eu não consegui conter um sorrisinho.
- Ann! – Connor me viu e veio falar comigo enquanto Josh cumprimentava Amy e nós saíamos do quarto. – Você está linda, cunhada. – Ele me abraçou. Connor era, definitivamente, a minha pessoa preferida na família do Josh.
- Obrigada, cunhado. Você também está bem bonitinho. – Disse enquanto ainda estava abraçada com ele.
- Fica calma. Eles disseram no carro que te adoraram. – Ele falou baixinho no meu ouvido e eu respirei aliviada.
- Obrigada. – Respondi e ele me soltou. – Amy! – Minha quase colega de profissão estava linda, como sempre. Nos cumprimentamos e quando olhamos para a frente, Josh e Connor estavam olhando para nós duas. Antes que eles falassem alguma coisa, outra pessoa o fez.
- Acho que vocês dois herdaram o bom gosto de família. – Chris falou, me fazendo corar.
- Com certeza, pai. – Connor respondeu e Josh me estendeu a mão. Caminhei até ele e a curta distância entre nós dois pareceu gigante. Era a minha deixa.
- Pai, mãe, essa é a Anne. – Dois segundos que pareceram uma eternidade...
- Você é mais bonita pessoalmente, Anne. – O pai dele também era, fazer o que.
- Obrigada, Sr. Hutcherson.
- Não, não, nada de Sr. Hutcherson porque assim eu me sinto trinta anos mais velho. Pode me chamar de Chris. – Eu ri.
- Ok, Chris. – Me virei para a mãe dele e não pude evitar o pensamento “quero chegar na sua idade assim”.
- O mesmo vale para mim, nem pense em me chamar de Sra. Sou Michelle. Para você, Mich. – Fofa, fofa, fofa, ai. Ao contrário de Chris, que só apertou a minha mão, ela me deu um abraço. E por incrível que pareça, eu me senti super a vontade.
- Pode deixar, Mich. – Josh sorriu do meu lado e quando segurou a minha mão, deu um aperto a mais como quem dizia “eu disse que ia dar certo”. – Vocês fizeram boa viagem até Nova Iorque?
- Sim, a viagem foi super tranquila. Nós chegamos ontem de manhã, deu para descansar um pouco no apartamento do Connor  antes de vir para cá. – Mich disse. – Falando nisso, que lugar incrível.  – Ela disse apontando para a vista da sacada.
- Todos nós ficamos assim quando viemos aqui pela primeira vez, mãe. – Josh disse enquanto nós íamos para as mesinhas.
- Às vezes, nem dá vontade de sair daqui. – Disse.
- Um dia desses a gente adormeceu numa espreguiçadeira dessas e só acordou às quatro da manhã. – Josh disse.
- Sim, e acordamos com pouca dor nas costas. – Brinquei e todos nós rimos.
- Isso me lembrou aquelas férias que nós passamos num clube quando vocês ainda eram pequenos, meninos. – Mich começou. Eu e Amy aguçamos os ouvidos para a história que se seguia. – Josh devia ter uns sete anos, Connor tinha quatro. Eles dois – ela se dirigiu a nós duas enquanto falava. – passaram os quinze dias das nossas férias na piscina do clube, o dia todo. E quando nós falamos que iríamos embora, eles não gostaram nem um pouco.
- Resumindo a ópera... – Chris continuou. – Na noite anterior à nossa partida, eles fugiram do quarto de madrugada, foram para a piscina e dormiram numa espreguiçadeira. Como se isso fosse nos impedir de partir na manhã seguinte...
- A ideia foi do Josh, eu só segui, tinha quatro anos! – Connor se defendeu.
- E o que aconteceu depois? – Amy perguntou.
- Eles acharam que estavam bem escondidos, mas o segurança do clube passou a noite toda olhando eles dois... E nos avisaram onde eles estavam pela manhã. – Mich continuou. – Nós fomos embora e os dois pegaram uma mega gripe que durou quase duas semanas por causa da friagem da madrugada.
- Então foi por isso que você lembrou do cobertor! – Falei para Josh.
- Exatamente. – Ele respondeu.
- Vocês dois não eram fáceis, hein? – Amy disse.
- Isso não é nem o começo! – Mich falou.
- Mãe... Vamos trocar de assunto? – Josh disse.
- Não! Deixa ela falar. – Eu disse e todos nós rimos. Ficamos conversando por um tempo, eu e Amy descobrimos várias histórias da infância dos meninos. Num determinado momento, me lembrei das meninas lá em baixo e resolvi descer e ver se elas precisavam de ajuda. – Hum, gente, eu tenho que ir lá em baixo ver se Julie e Isabella precisam de ajuda na cozinha, o jantar deve estar quase pronto.
- Vou com você, Ann. – Amy disse.
- Nós já voltamos. – Josh piscou para mim e Connor deu um beijo na mão de Amy antes de sairmos. Pelo menos o cavalheirismo dava para perceber que era de família.
- Vamos deixar que eles conversem a sós. – Amy disse quando nos afastamos. – A gente disse que você não precisava ter ficado tão nervosa! Chris e Mich são uns amores.
- Vai dizer que você também não ficou nervosa quando foi conhecer eles dois?
- Quando eu os conheci, eu e Connor éramos só amigos. Pelo menos na prática. Eu já gostava dele, ele já gostava de mim, mas nenhum dos dois tinha tido coragem de tomar a iniciativa. Josh foi praticamente nosso cupido.
- Sério?
- Eu e mais dois amigos da faculdade fomos passar o fim de semana do aniversário do Connor na casa dos pais dele. Nós já tínhamos ido lá antes, já conhecíamos Mich e Chris, mas só naquele fim de semana nós conhecemos o Josh.  E ele percebeu na hora o climinha entre eu e Connor. – Os olhos dela brilhavam ao lembrar da história. – Eu achei que fosse voltar para Nova Iorque na mesma com Connor, até que no último dia, ele disse que Josh o puxou num canto e perguntou o que ele estava esperando para me dar um beijo.
- Ah, ele sabe ser bem direto quando quer. – Nós rimos.
- Aí o Connor me beijou ainda na festa, mas nós só começamos a namorar duas semanas depois.
- Quantos anos vocês tinham? – Perguntei.
- Ele tinha 19 e eu 18. Estamos juntos desde então, há três anos. – Ela suspirou.
- Que história linda, Amy! Sério, dava para escrever um conto. – Ela sorriu.
- Nós, jornalistas e a mania de escrever tudo o que ouvimos.
- Exatamente. Bom que você me entende. – Nós rimos e chegamos à cozinha. – Hey meninas, precisam de ajuda? – Perguntei.
- Ann... Que saudade de te ver animada assim. – Julie disse.
- Pelo visto deu tudo certo lá em cima, né? – Isabella perguntou.
- Sim sim.
- Eu disse que aquele pressentimento era só seu nervosismo... – Julie disse.
- Pressentimento? – Amy perguntou.
- Ela é louca Amy, não liga. – Isabella falou.
- Como se você fosse muito normal, né? – Nós rimos. – Vocês não responderam, precisam de ajuda?
- Está tudo pronto, vamos levar lá para cima. – Julie respondeu.
- Que bom, eu estou morrendo de fome. – Keegan disse se materializando ao meu lado.
- De onde você surgiu, menino?
- Dos seus sonhos, gatinha. – Ele piscou para mim.
- Ai meu Deus, Isabella, segura o seu homem! – Nós rimos tão alto que provavelmente ouviram da cobertura.
- Vamos subir logo com isso. – Ian disse entre risos.


Amy me ajudou com as louças e nós subimos na frente para arrumar a mesa. Mich, Chris, Josh e Connor estavam tão entretidos que quase não perceberam a nossa chegada.

- Precisam de ajuda, meninas?- Mich perguntou.
- Não, não, obrigada! – Respondi.

Assim que acabamos com a louça, Julie, Isabella, Ian e Keegan subiram com o resto da comida. Amy foi até a mesa chamar os Hutcherson e eu aproveitei para ser fofa.

- Ai, vocês duas... Tem noção de que vocês salvaram a minha vida hoje, né? – Disse me aproximando de Julie e Isabella.
- Temos sim. – Julie disse rindo.
- Muito, muito obrigada. De verdade. – Dei um abraço nelas duas.
- Que nada, chuchu. Estamos aqui para isso. – Isabella disse. – Não que você não esteja nos devendo uns 50 favores agora. – Nós rimos e nos abraçamos mais.
- Desse jeito eu fico com ciúmes! – Ouvimos Josh falando nas nossas costas e nos viramos na direção dele.
- Desculpa, Josh... Mas nós chegamos uns oito anos antes de você. – Julie disse. – Pelo menos fisicamente.
- Antiguidade é posto, marujo! – Isabella falou.
- Já que é assim, e que a Ann me divide com o Avan, com vocês duas também eu abro uma exceção. – Ele disse.
- Mas assim, vocês já podem se soltar para a gente poder se sentar, né? – Keegan, sempre super conveniente.
- Ok Keegan, vamos comer. – Eu e as meninas nos soltamos e eu fui para perto de Josh.

Nos sentamos – Chris numa cabeceira e Ian em outra – e começamos a comer. Fiz uma nota mental para agradecer Julie e Isabella mais uma vez, porque aquilo estava dos deuses.

- Hum, Anne, Isabella, Julie... Eu fiquei curiosa. Há quanto tempo vocês se conhecem? – Mich perguntou. Nós rimos.
- Mais de oito anos.  – Respondi.
- Vocês sempre souberam que queriam se mudar pra cá?  - Chris perguntou.
- Sempre. – Respondemos juntas.
- Como vocês se conheceram? – Amy perguntou.
- Nossos pais trabalham na mesma empresa, e na mesma época, o meu pai e o pai da Julie foram transferidos para a cidade da Isabella. Nós caímos na mesma turma de ensino médio... – Respondi.
- E em um determinado momento, nós percebemos que tínhamos muita coisa em comum. – Isabella disse olhando para Josh.
- Aí nós nos juntamos e nunca mais separamos. – Julie falou – Só na faculdade, quando eu voltei para São Paulo e a Ann voltou para o Rio. Mas nós nunca perdemos o contato, tanto que estamos aqui juntas.
- Os pais de vocês aceitaram numa boa quando vocês falaram que viriam para cá? – Mich perguntou.
- Eu e a Bells já não morávamos mais em casa na maior parte do ano por causa da faculdade, nós estudávamos em outra cidade. Era perto, mas ainda assim, outra cidade. Mesmo assim, nossos pais piraram. – Respondi.
- Mas o surto dos nossos pais não foi nada comparado ao surto dos pais da Julie... Ela saiu de casa e foi direto para outro país. – Isabella continuou.
- Acho que a minha mãe ainda torce para que eu volte para o Brasil. – Ela brincou.
- Para falar a verdade, todos os nossos pais torcem para que isso aconteça. – Eu disse.
- E vocês tem pretensão de voltar? – Chris perguntou e eu vi Josh ficando rígido na cadeira ao meu lado.
- Hum... Acho que se você me perguntasse isso há exatamente três meses, eu diria que era uma possibilidade. Mas agora essa possibilidade é praticamente nula. – Josh respirou fundo.
- Estou com a Anne. – Julie disse dando a mão a Ian.
- Eu também. – Isabella respondeu e Keegan abriu um sorriso gigante enquanto passava a mão no rosto dela.
- Por quê? – Amy perguntou, nos lembrando que havia outra jornalista curiosa e ávida por demonstrações verbais de afeto na mesa.
- Esses três rapazes distintos do lado de vocês tem alguma coisa a ver com isso? – Connor, palhaço.
- Eles tem tudo a ver com isso, Connor. – Eu respondi corando e olhando para Josh, que me deu um beijo na mão.
- Vocês oito lembram nós dois quando tínhamos a idade de vocês. – Chris disse olhando para Mich. Connor levantou uma taça de vinho.
- Que o nosso futuro seja tão bom quanto a vida dos meus pais foi e vai continuar sendo. – Nós brindamos e Josh me deu um beijo rápido. Continuamos conversando, até que alguém – Keegan – lembrou da sobremesa.

Eu, Julie e Isabella descemos com os pratos para trocar e para pegar a torta na geladeira. Deixamos a louça suja na pia e enquanto eu pegava os talheres de sobremesa e Isabella pegava os pratos, Julie pegou a torta. Julie e Isabella já estavam na escada quando a campainha tocou.

- Subam. – Entreguei os talheres à Isabella. – Eu atendo e já vou atrás de vocês.

Quando abri a porta, lembrei do meu pressentimento. Eu sabia que alguma coisa ia dar errado, e era ela.

- O que você está fazendo aqui, Vanessa? 


Música do capítulo:
White Dress, Parachute:
http://www.youtube.com/watch?v=Js_3w-a0tcE
Vestido da Anne: http://www.fashiolista.com/item/5845739/
Sapato da Anne: http://www.fashiolista.com/item/4941640/

8 comentários:

  1. Pode deixar que eu seguro meu homem, just saying... Também não largo mais... Ok, vamos focar no cap. foco izabela, foco. Ameeeeeeeeeei, hudgens is back, BABY V kkkk barraco, barraco barraco (8)

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  2. OLHA, QUE COISA LINDA!! Vou na pia suja buscar uma faca bem enferrujada pra esfaquear a desgraçada, que se não morrer por perfuramento de órgãos internos, morrerá de tétano!

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  3. Um século depois......
    Providência divina. Só assim pra eu conseguir terminar de ler isso. Hoje minha mãe bateu o record e eu percebi que sou muito controlada. Não conjurei nenhum feitiço de tortura.. o.O
    Ao capítulo - Vacaneeeeessaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
    Cortem-lhea a cabeça!!

    No mais, foi lindo!! E eu estou com fome.. o.O

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  4. Vamos às respostas, kkkk

    Izabela: SEGURE O SEU HOMEM, ELE ESTÁ DESCONTROLADO! Sim, barraco, barraco, barraco.

    Thaís: Calma, respira, não deixe a TPM te fazer cometer crimes!

    Natascha: Sua mãe é ótima! KKKKKKKKKKK

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  5. Que tenso só,o que me faltava a vanessa estragar tudo de novo.

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  6. Vanessa sempre uma pessoa agradável.

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  7. PEGUEM A VACANESSA, PRENDAM, SEGUREM, AGARREM, CAPTUREM, PEGUEM A VACANESSA AGORA!

    Ok, tirando isso, o capítulo foi fofo, kk *o*

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  8. Pois é, meninas, Vanessa sempre aparece. KKKKKKKKKKK

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