18 - That's when you came in wearing a football helmet


Eu sabia que tinha que ter contado do meu noivado antes para o Josh, mas isso não era motivo para ele por a culpa da nossa situação no Eric defendendo a Vanessa. Ele fez a púnica coisa que eu não suportaria vê-lo fazer e eu perdi o controle. Disse coisas que não devia e não podia, mas ele também disse de volta. E já faz uma semana que a gente não se fala e as coisas dele que estavam nas minhas malas estão num canto do meu quarto. Mas eu não ia ligar. Não mesmo.

- Anne, estamos te esperando. – Isabella disse da sala.
- Estou indo! – Calcei minhas sapatilhas e saí do quarto. Nós estávamos indo para a primeira prova dos vestidos que usaríamos no casamento da Julie. Ela estava uma pilha porque ia experimentar o vestido de noiva pela primeira vez. Quanto aos nossos, de madrinha, uma pequena mudança foi feita quando Paula foi incluída na lista. Agora nós três íamos usar o mesmo modelo de vestido em cores diferentes. Como o modelo escolhido era o que eu ia usar, continuei com o vermelho. Isabella ficou com o rosa e Paula ia usar roxo.

Quando chegamos no ateliê da costureira, Julie não conseguia ficar parada de forma alguma, então ela foi a primeira a experimentar o vestido dela. Já na primeira prova, ele caiu feito uma luva. Ela estava linda. As medidas dela não mudaram desde que as tiramos e nós esperávamos que Paula também não tivesse engordado ou emagrecido, porque ela só viria uma semana antes do casamento e provavelmente, não daria tempo para mudanças grandes no vestido.

Experimentei o meu vestido e percebi que ele estava mais largo na cintura.

- Você emagreceu, Anne? – Julie perguntou.
- Parece que sim.
- É claro, não come direito há uma semana! E sim, nós reparamos. – Isabella disse e eu não respondi. Eu estava meio sem apetite na última semana mesmo. E tinha certeza absoluta do porquê.
- Eu ganho peso de volta, não tem problema. – Eu falei e a costureira não marcou as minhas medidas. Se eu não tivesse engordado na próxima prova, em três semanas, ela apertaria.
- Isabella, é a sua vez. – Jessie, a costureira, disse. Isa experimentou o vestido dela e ele fechou, mas ficou apertado nos seios.
- Não era para ter ficado assim. – Ela disse olhando no espelho.
- Não é o sutiã que você está usando? – Perguntei.
- Pode ser, não foi com esse que eu tirei as medidas.
- Então tira ele pra ver se está apertado mesmo, criatura. – Julie disse. Depois que ela tirou o sutiã, o vestido continuou um pouquinho apertado, mas melhorou.
- Eu só não posso engordar até o casamento. Isso é fácil. – Isabella disse.

Eu experimentei o vestido da Paula só para Jessie ver o caimento do tecido e depois nós fomos embora. Foi difícil deixar os nossos vestidos de lado, principalmente para Julie, mas nós conseguimos dizer adeus para aqueles lindos pedaços de pano feitos sob medida... Mulheres.

Nós voltamos para casa e eu fui para o meu quarto. Meu humor não estava nos seus melhores dias e isso combinava com o fato de eu não ter comido direito na última semana. E eu não admitiria em voz alta, mas era falta do Josh. Uma falta absurda dele. Mas eu era orgulhosa demais para ir atrás dele depois da nossa briga. E em alguma hora ele teria que vir buscar os presentes que estavam na minha mala.

Novembro estava quase acabando e ao longo da semana, nós começamos a planejar a nossa ceia de natal que, ao contrário da tradição americana, seria no dia 24. Nós somos brasileiras, um beijo. Só paramos de pensar nisso três dias depois da prova de vestidos, porque tinha chegado o dia da escolha do bolo do casamento. Isabella não quis ir porque “tinha que emagrecer para caber no vestido de madrinha”. Eu preferia deixar essa tarefa para Julie e Ian, porque no fim das contas eram eles que tinham que escolher, mas Julie insistiu muito para que eu fosse e usou o fato de que eu tinha que engordar contra mim. No fim das contas, Ian não pode ir por causa de uma gravação de última hora e eu fui sozinha com a Julie. E no exato momento em que pus o pé para fora do nosso apartamento, eu sabia que ela ia tentar me aconselhar de alguma forma e sabia que ela ia ter razão no que quer que dissesse. Mas já era meio tarde para voltar lá para dentro, na segurança do meu quarto trancado.

- Vai, Julie, fala o que eu sei que você quer falar de uma vez. – Eu disse quando nós sentamos à mesa do restaurante do buffet do casamento. Ela olhou para mim fingindo surpresa.
- Eu? Não quero te falar nada de especial não...
- Julie Vilela. Eu te conheço há quase dez anos. Por favor, não começa.
- Ok, eu quero falar sim e só agora consegui arrumar uma forma de te tirar de casa e ficar sozinha com você. – Ela fez uma pausa e olhou para mim. – Eu sei que eu não sou mais experiente que você em hipótese alguma. Até porque, você é a mais velha. Mas tem uma coisa acontecendo na minha vida, e essa coisa me fez parar para pensar. Eu vou me casar em dois meses. E você não tem noção da felicidade que essa data está me trazendo.
- E onde você quer chegar com isso mesmo?
- No fato de que você está perdendo a oportunidade de viver o que eu estou vivendo por causa de um orgulho bobo, idiota e sem fundamento. Eu sei que esse é um dos seus maiores sonhos. E você sabe que o Josh está louco para colocar um anel desses no seu dedo.
- Estava louco. Você ouviu o que ele disse quando saiu lá de casa naquele dia. – Falei.
- Caramba, Anne. Parece que você não conhece o Josh. Ele é tão orgulhoso quanto você. E como em todas as outras vezes que vocês brigaram, com certeza, ele já está arrependido. Só que já está na hora de vocês resolverem as coisas de vocês sem a interferência de pessoas de fora.  – Eu sabia disso tudo, mas era bem mais difícil de ouvir quando outra pessoa falava e não era você no espelho.
- E você acha que eu já não pensei em ligar para ele? Eu não consigo, Julie. A voz não sai. Todo dia, eu fico repetindo na cabeça que disse que nunca mais queria vê-lo e que o odiava e só eu sei que essas foram as maiores mentiras que eu já disse na vida. – Já não tinha mais motivo para fingir. – Eu sinto falta dele. Absurdamente.
- Eu não estou te reconhecendo. Cadê aquela Anne que já escreveu uma carta de várias páginas pedindo desculpas depois que brigou comigo na faculdade porque “jornalistas se expressam melhor por palavras?”. Manda um sms para ele e vê no que vai dar. Vocês precisam conversar. – Ela posicionou o meu celular que estava sobre a mesa na minha frente.
- Depois eu mando.
- Anne, agora. – Ela falou de um jeito que eu não tive outra opção a não ser mandar uma sms para ele. “Essa sou eu engolindo meu orgulho e entrando em contato. A gente precisa conversar. Você tem uns presentes para buscar lá em casa. Responde, por favor. Beijo, Annie.”
- Pronto, mandei.
- Agora é só esperar. Vamos começar a comer meus bolos, por favor? – Eu ri. Nós comemos tantos bolos diferentes que no final da tarde eu provavelmente já tinha engordado tudo o que havia perdido na semana anterior. Por fim, ela escolheu um bolo simples, com massa de baunilha e recheio de morango. Estávamos entrando no carro para voltar para casa quando meu celular recebeu uma sms. Meu coração quase saiu pela boca quando eu vi de quem era.
- Ele respondeu. – Falei quando Julie entrou no carro.
- Está esperando o que para ler isso, criatura? – Abri a sms. “Seu celular sobreviveu à queda? Nós precisamos conversar mesmo. Posso passar na sua casa hoje à noite? Você engoliu o orgulho, então eu vou mais além e admito: Sinto a sua falta, Annie. Beijo, Josh”
“Você não tem noção da falta que me faz. Pode passar lá em casa sim, vou te esperar. Até mais, Annie.”
- Ele vai lá em casa mais tarde. E disse que sente a minha falta. – Falei para Julie sem conseguir conter um sorriso.
- Eu disse. Era só dar o primeiro passo.
- Obrigada.
- Estou aqui para isso, baby.

Nós fizemos mais algumas coisas na rua e voltamos para casa. Isabella já estava na casa do Keegan e Julie disse que logo ia para lá porque já tinha combinado... O que era uma grande mentira, eu sabia que ela só estava saindo para me deixar sozinha com Josh. Do nada, elas decidiram passar a noite fora. No mínimo, conveniente. Ou não.

Eu tomei um banho e quando estava me arrumando, ouvi uma batida na porta. Pensei ser Julie avisando que estava saindo, mas quando a porta se abriu e eu vi quem era pelo espelho, tive que respirar fundo.

- Oi. – Josh disse parado na porta. – Posso entrar? – Eu ainda o olhava pelo espelho e achei que estivesse vendo demais, mas quando me virei, percebi que estava certa. Ele estava mesmo usando um capacete de futebol americano.
- Pode. – Eu disse segurando a risada. – Por que isso? – Apontei para a minha cabeça querendo saber do capacete dele.
- Eu preciso me precaver, vai que você inventa de jogar seu celular em mim de novo...
- Não vou, eu juro. Meu celular é novo, não quero precisar comprar outro em menos de duas semanas.
- Você precisou comprar outro celular? – Ele perguntou surpreso.
- Precisei. O outro simplesmente partiu em vários pedacinhos. Vários mesmo.
- Então eu estou seguro?
- Sim. – Ele tirou o capacete e ficou me olhando de longe. A gente não sabia o que fazer. – Eu acho que essa é a hora em que você entra, senta e a gente conversa. Ele fez o que eu disse e se sentou na minha cama. Eu continuei de pé. – Eu tenho que falar e não vou conseguir sentada. – Ele assentiu. – Eu andei de um lado para o outro e acabei sentando do lado dele. – Eu não sei por onde começar. – Ele sorriu, e eu acho que isso é um bom sinal.
- Então deixa que eu começo. – Ele fez uma pausa. – Annie... Me desculpa. – Tive que me segurar para não desfalecer quando ele me chamou de Annie. Isso era definitivamente um bom sinal. – Eu perdi a cabeça. Não devia ter falado com você daquele jeito. Devia ter dado tempo para você explicar a situação. E nunca, em hipótese alguma, devia ter ficado contra você e a favor da Vanessa. – Ele passou uma mão no meu rosto.
- A culpa disso tudo é minha. Eu sei que eu devia ter te contado do meu noivado antes, mas eu não consegui. – Uma lágrima inconveniente começou a rolar.
- Não chora. – Ele enxugou minha lágrima e eu segurei a mão dele no meu rosto involuntariamente, mas soltei rápido. Ele continuou com a mão no mesmo lugar e fez carinho na minha bochecha com o polegar.
- Senti saudades.
- Merda. Eu devia fazer isso só depois que a gente conversasse, mas vem cá, vem. – Ele me puxou e me deu um beijo. E eu acho que nunca fiquei tão feliz por ele ter feito isso. Depois eu não em segurei e agarrei o pescoço dele.
- Desculpa. Eu não te odeio, nunca nem cheguei perto disso. E eu quero te ver sim, pra sempre, todo dia. Não sai mais de perto de mim, por favor. – Eu falei de uma vez só entre lágrimas.
- Eu não vou. – Ele disse enquanto apertava os braços em volta de mim e eu percebi que ele também estava chorando. Não tanto quanto eu, mas o suficiente para deixar a voz embargada. Eu olhei para ele e sorri enquanto enxugava suas lágrimas. Ao mesmo tempo chorei mais e aquilo estava ficando dramático e extremamente bobo, romântico. Bem do jeito que eu gostava.
- Você é cabeça dura, estourado, ciumento e tem um dom de não me deixar falar, mas eu te amo. Muito. – Eu falei rindo.
- Eu não sou cimento. O Eric me deixa fora de mim. E vo...
- Do mesmo jeito que a Vanessa me deixa...
- Shh! – Ele colocou um dedo sobre os meus lábios para que eu parasse de falar. – E você é teimosa, orgulhosa, ciumenta e tem um gênio forte que eu não sei como eu aguento, mas eu também te amo, sua boba. – Eu ri. – Vamos prometer uma coisa?
- O que?
- Nós nunca mais vamos brigar desse jeito. Nunca mais vamos deixar uma situação chegar ao ponto que essa chegou.
- Nunca mais. Eu não sei se sobrevivo a outra semana como essa.
- Nem eu. – Ele me deu outro abraço e eu o beijei dessa vez.
- A gente inverteu tudo, mas ainda precisa conversar. – Eu disse.
- Mas agora vai ser muito mais fácil. - Ele falou.
- Bem, o pedaço que eu devia ter te contado há muito tempo é que a minha história com o Eric é um pouco mais complicada do que parece. Nós ficamos noivos faltando três meses para a nossa formatura na faculdade. Antes de ele receber a proposta de emprego na Itália. – Ele estava ouvindo atentamente. – Para falar a verdade, foi essa proposta que acabou com o que a gente tinha. Logo depois das nossas formaturas, ele chegou com uma solução montada quando veio falar comigo. Queria que nós casássemos correndo e que eu fosse com ele para lá. Só que eu não falo italiano e isso ia tornar as minhas chances de arrumar um emprego como jornalista na Itália impossíveis.
- E no mínimo, ele disse que você podia ir assim mesmo e que não precisaria trabalhar porque ele ia ganhar bem e você pirou.
- Exatamente.
- Já aconteceu comigo. – Ele falou rindo e eu lembrei da nossa primeira briga.
- Eu não ia jogar minha faculdade fora logo depois de me formar. Tudo piorou quando eu disse que nós teríamos que pensar e ele disse que já tinha aceitado a proposta. Aí sim eu pirei. A gente brigou muito sério. Nós estávamos na casa dele quando ele contou, e resumindo a situação, a última imagem que ele teve de mim até me encontrar em Nova York foi a da minha aliança voando na direção dele e a porta batendo atrás de mim.
- Então você tem o costume de jogar as coisas nas pessoas? – Ele brincou.
- Talvez. – Eu ri. – Logo depois disso, eu e as meninas recebemos as propostas de emprego em Los Angeles e também saímos do Brasil. E eu só vi o Eric de novo na saída do Lunt-Fontanne, na Broadway.
- O quão próximos vocês ficaram em Nova York?
- Muito. Mas não tivemos nada. Depois que eu voltei para cá, ele me visitou algumas vezes e nós conversamos e ele deixou claro que estava disposto a voltar comigo. Mas, como já te disse, eu ainda não tinha te esquecido e não passamos da conversa.
- E essa caixa? Por que ele te mandou essa caixa agora?
- Não faço ideia. De verdade. Não sei por que ele me mandou isso tudo agora. Eu nem sabia que ele ainda tinha as nossas coisas guardadas. Eu não tenho mais as que ficaram comigo.
- Você jogou fora? – Assenti.
- Antes de vir para Los Angeles. Foi uma tentativa falha de deixar o Eric no meu passado. Mas a verdade é que eu só superei o nosso término de vez quando te conheci. – Ele sorriu.
- A gente vai ter que falar com ele, você sabe, não é? Agora, mais do que nunca a gente precisa saber se o que ele me disse ao telefone naquele dia foi isso tudo o que você explicou.
- Sim, eu sei. Mas, por favor, não hoje. – Eu me aproximei. – A gente tem a casa só para nós dois e eu só quero ficar do seu lado a noite toda. – Ele me deu um beijo.
- E você acabou de ter uma ideia genial, Annie.
- Às vezes acontece. – E ele me deu um beijo que evidenciava a falta que nós fizemos um ao outro durante o tempo em que ficamos separados. A camiseta dele foi a primeira peça de roupa a encontrar o caminho do chão. E a noite foi longa.

Os dias passaram voando depois que nós ficamos bem. Em um pulo, nós estávamos na semana do Natal e eu, Isabella e Julie fomos para a segunda prova dos vestidos no dia 22. O de Julie coube perfeitamente como da primeira vez e o meu, que antes estava largo, ficou certo. O problema só foi com o da Isabella.

- Não tem possibilidade de eu ter engordado! – Ela disse entrando em histeria. – Eu fiz dieta nessas três semanas, era para o vestido ter entrado direito! – Dessa vez, faltou um pouquinho para o zíper do vestido fechar nas costas dela. Na primeira prova só tinha ficado um pouco apertado.
- Calma, Isa. Você pode estar inchada, não está de TPM? – Perguntei.
- Não sei, eu me preocupei com a dieta e os preparativos para o Natal, o presente do Keegan e os de vocês e não estou prestando atenção na minha TPM. Meu ciclo é desregulado, vocês sabem.
- Deve ser isso, calma. A gente marca outra prova para você semana que vem e você experimenta direito. – Julie disse. – Agora vai tirar logo esse vestido antes que você manche com essas lágrimas, vai. – Isabella fez o que ela disse e nós fomos embora.

No dia seguinte, 23, nós começamos a arrumar a casa para a ceia do dia 24. Nós nos recusávamos a ignorar a tradição de ceiar no dia 24, por mais que aqui nos Estados Unidos o natal fosse comemorado só no dia 25. Os meninos iam passar o dia conosco amanhã e no dia 25, nós iríamos com eles para onde quer que eles fossem. Isabella saiu para comprar algumas coisas e demorou mais do que o esperado durante a tarde e no fim das contas eu e Julie arrumamos tudo sozinhas, mas o espírito natalino nos impediu de torcer o pescoço dela.

Dia 24 chegou e nós já acordamos fazendo rabanadas com os pães que Isabella encontrou não sei onde no dia anterior. Deve ter sido por isso que ela demorou. O fato é que nós já começamos o dia comendo. E comendo muito. Eu perco a noção com rabanada e Isa me acompanhou. Achei melhor não falar do vestido que não cabia, não queria que ela surtasse no dia de natal. Ela estava com uma cara diferente, e por mais que nós perguntássemos, ela insistia que estava normal.

Os meninos vieram na hora do almoço e nós comemos mais ainda depois que eles chegaram. Depois eu teria que lembrar de reclamar com a Julie por escolher janeiro para casar, é missão quase impossível caber num vestido de madrinha depois das festas de fim de ano.

Depois do almoço, nós decidimos brincar de Imagem e Ação de novo e Isa foi buscar o jogo no quarto dela.

- Keegan, me ajuda aqui! – Ela gritou lá de dentro.
- Ok, já vi tudo. A gente só vai brincar na hora da janta... – Falei brincando.
- Eu sei ser rápido, Ann, não se preocupa. – Ele falou antes de se levantar e antes que eu conseguisse jogar uma almofada nele. É, eu tinha essa mania.

Eu, Josh, Ian e Julie ficamos conversando na sala e eles realmente estavam demorando a voltar do quarto. Quando Ian estava pronto para ir até lá e fazer uma piada, Keegan passou feito uma bala pela sala e saiu batendo a porta. Nós prestamos atenção e conseguimos ouvir o choro de Isabella vindo do quarto.

- Isa? – Chamei da sala enquanto me levantava, mas ela não respondeu. Nós quarto fomos até o quarto e encontramos Isabella sentada no chão, chorando, com um teste de gravidez na mão. – O que houve? – Eu perguntei enquanto me ajoelhava ao lado dela. Ela me estendeu o teste. Positivo, estava escrito em vermelho nele. Mostrei a Julie.
- Ai meu Deus do céu, você está grávida! – Ela disse.
- Vão atrás do Keegan, a gente fica com ela. – Falei para Ian e Josh e quando eles entenderam a situação, correram para alcançar Keegan.
- Isa, respira fundo, explica o que aconteceu aqui. Por que você está chorando desse jeito?  Esse teste está certo? – Ela assentiu.
- Eu estou grávida. E aquele babaca teve coragem de me perguntar se o filho era dele! É claro que é! Ele acha que eu saio transando com o mundo quando ele sai de perto? Ele é um idiota! – Era muita informação para assimilar ao mesmo tempo. Mas ela estava grávida, e apesar das circunstâncias, eu estava loucamente feliz.
- Fica calma, Isabella. – Julie disse.
- Isso não vai te fazer bem. Nem para o bebê. – Falei e ela colocou a mão na barriga enquanto me olhava.
- Não. O meu filho não merece sofrer por isso. Eu vou me acalmar. – Ela disse diminuindo a intensidade das lágrimas imediatamente.
- Quando você descobriu? – Julie perguntou.
- Ontem. Eu desconfiei quando provei o vestido e a Ann falou da minha TPM. Eu lembrei que já não ficava menstruada há uns dois meses... Fiz o teste ontem e não contei porque queria contar para o Keegan antes. E ele fez isso. Eu o odeio. Odeio. – Ela quase voltou a chorar de novo.
- Não, você não odeia. Não fala besteira. – Eu disse. – Você só está nervosa e dizendo isso da boca para fora. Vai por mim, eu sei do que estou falando. Fica calma que tudo vai ser resolver, você vai ver. – Eu esperava mesmo que tudo se resolvesse.

Eu e Julie ficamos com ela no quarto conversando para distraí-la por um bom tempo. Eu só saí de perto porque ouvi meu celular tocando na sala.

- Oi baby. – Era Josh.
- Oi Annie. Como ela está? – Ele perguntou.
- Mais calma. Mas ainda quer matar o Keegan.
- Nós estamos voltando com ele.
- Eu acho melhor não, Josh. Ela não pode se estressar...
- Você vai entender quando nós chegarmos. Nós só precisamos que você e a Julie façam com que a Isa fique no quarto.
- Tudo bem.
- Hey, Ann... Um dia vamos ser nós dois, né?
- Nós dois?
- Nós dois vamos estar esperando um bebê.
- Sim, baby. Um dia vamos ser nós dois. – Suspirei – Mas eu juro que se você me perguntar se o filho é seu eu fujo e você nunca mais vê a mim ou a criança.
- Pode deixar, eu não vou perguntar. – Ele riu – Nós chegamos em dez minutos. Deixa a porta destrancada.
- Ok.

Destranquei a porta e voltei para o quarto. Isabella estava muito mais calma do que antes, e não tirava a mão da barriga de maneira alguma. Me sentei ao lado dela na cama.

- Como você está se sentindo? – Perguntei.
- Faminta. – Ela respondeu e nós rimos.
- Vou pegar algo pra te alimentar. – Julie disse e saiu do quarto.
- Quem era ao telefone? – Isabella perguntou.
- Josh... – Achei melhor não mentir. – Eles estão voltando.
- Eu não quero ver o Keegan agora.
- Dá uma chance, ouve o que ele tem a dizer. Ele não voltaria se não estivesse arrependido. Ele é o pai do seu filho, Isa. – E novamente, foi falar do filho dela e ela abraçou a barriga com as duas mãos. Será possível que o instinto materno nascia assim de um dia para o outro?
- Eu vou conversar com ele. Mas juro que mando ele ir catar coquinho se ele me perturbar.
- Se ele te perturbar, você manda e eu mostro o caminho. – Ela sorriu e me deu um abraço. – Eu estou muito feliz por você, de verdade.
- Sobra espaço pra mim aí? – Julie perguntou parada do nosso lado.
- Claro chuchu. – Isabella disse e ela se juntou ao nosso abraço. – Gente... Eu vou ser mãe! – Acho que a ficha dela só caiu agora.
- Sim, você vai! – Julie disse. Ela começou a chorar e rir ao mesmo tempo olhando para a barriga.
- Oi bebê! É a mamãe que está falando. – Eu e Julie começamos a chorar junto.
- Sobra mãe pra gente paparicar? – Ouvimos a voz de Ian enquanto ele entrava no quarto ao lado de Josh. Cada um apareceu com um embrulho na mão.
- É natal, acho que esse bebê já merece ganhar presentes! – Josh falou.
- Ai, meu Deus do céu, vocês são uns anjos! – Isabella disse. Os meninos deram um abraço nela e entregaram os presentes. Eram ursinhos de pelúcia. – Os primeiros presentes do bebê. Eu vou chorar mais!
- Ainda não acabou... – Ian disse.
- Isa, acho que você devia vir aqui na sala. – Ela se levantou da cama com um cuidado que nunca tinha tido antes, já com uma noção maior de cuidado.
- O que tem na sala?
- Você tem que ver. – Josh disse. Nós saímos do quarto com ela e de certa forma isso foi bom, porque ela cambaleou e nós precisamos segurá-la quando ela viu o que a esperava.

Keegan estava sentado no sofá da sala com muitos brinquedos, ursinhos de pelúcia e roupinhas. Quando a viu ele levantou e entregou uma roupinha a ela. Estava escrito “Anjinho da mamãe e do papai”.

- Me desculpa! Eu fui um idiota. Eu só estou muito assustado. Mas você não tem noção de como está me fazendo feliz nesse momento. Eu amo você e amo esse bebê... Nosso filho. – Keegan disse e Isabella só sabia chorar quando o agarrou pelo pescoço. Com certeza, eu não ia precisar ensinar o caminho de catar coquinho para ele.
- Eu te amo, Keegan Phillip.
- Nós vamos ter um bebê! – Ele gritou. Nós todos rimos e Josh me abraçou pelas costas. 

E nós todos, tínhamos mais um motivo para comemorar, do nada.

Música do nome do capítulo: Stay Stay Stay, Taylor Swift
Muitas tretas AGITANDO Los Angeles em New Beginnings! 
Qualquer coisa, sabem que podem aparecer  no ask, né? 
Beijo grande, chuchus! 

4 comentários:

  1. "- Me desculpa! Eu fui um idiota. Eu só estou muito assustado. Mas você não tem noção de como está me fazendo feliz nesse momento. Eu amo você e amo esse bebê... Nosso filho. – Keegan disse e Isabella só sabia chorar quando o agarrou pelo pescoço. Com certeza, eu não ia precisar ensinar o caminho de catar coquinho para ele.
    - Eu te amo, Keegan Phillip.
    - Nós vamos ter um bebê! – Ele gritou."
    Li e reli isso uma 40x no MINIMO! só não passou eu relendo belo desastre! haha EU TO TEREMENDO, CHORANDO E TENDO ATAQUES ISSO NÃO É NORMAL PORRA

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  2. AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH A isa com s e 2 l tá grávidaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Eu sabia, sim, eu sabia... BB Keegisa *.*

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  3. Não tô podendo comentar nesse capítulo. palavras me faltam. Descarreguei tudo no Post.

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  4. Que capítulo perfect. Eu achei que a Isa tava grávida, e ele tava u.u

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