08 - Esse samba é só por que Rio, eu gosto de você
Assim que saímos do avião e entramos no aeroporto, eu senti
o clima diferente do Brasil. Era noite, então não estava tão quente. Mas quando
olhei para o céu, vi aquele céu super estrelado que foi familiar a minha vida
toda, e que significava que o dia seguinte seria daqueles de no mínimo uns 39
graus. E não era a esse clima que me referi. Não sei se é porque eu estava,
finalmente, em casa, ou porque o Brasil é assim mesmo, mas as pessoas são muito
mais receptivas. Brasileiro sorri de
graça. Eu sempre soube disso, mas nunca tinha reparado tanto como agora. E eu
acho que esse sorriso não saia do meu rosto também.
- Eu nunca te vi tão feliz. – Josh disse depois que pegamos
as malas.
- Sério?
- Sério. Acho que corro o risco de voltar para Los Angeles
sozinho, você vai querer ficar em casa... – Ela falou sério.
- Nem brincando você vai se ver livre de mim assim tão
fácil, Joshua. Eu estou feliz porque estou em casa. Mas também estou
feliz porque estou em casa com você. – Eu sorri e ele me deu um beijo rápido.
- Os fotógrafos adoraram esse beijo, vocês deviam dar outro.
– Keegan. Com sono. Mau humorado e cansado pelo fuso horário.
- Delicado feito um elefante! – Eu disse.
- Estou com sono, ignora. – Ele falou.
- Nem você com sono vai me tirar do sério agora, Keegan.
- E nem tem tantos fotógrafos assim... – Ian falou. E
realmente, tinham exatos seis fotógrafos esperando por nós seis no aeroporto.
Não podíamos dizer a mesma coisa dos fãs...
- Meu Deus, olha quanta gente tem ali. – Julie disse.
- Keegan, sorria. Você tem fãs para agradar. – Isabella
disse.
- E lá vamos nós. – Ian disse e eles três deixaram as malas
e foram falar com os fãs. Eu e as meninas ficamos esperando, e quando uma
menina nos chamou pelo nome perto do Ian, nós não entendemos o motivo. Ela
queria foto com nós três também. Esse era o mais engraçado de namorar uma
famoso. Você virava famosa e ganhava uma parcela pequena de fãs. Agora eu sei
como a Danielle Jonas se sentiu quando casou com o Kevin...
Uns dez minutos depois a segurança do aeroporto praticamente
nos obrigou a ir embora e eu me senti péssima por não ter dado tempo dos
meninos falarem com todo mundo que estava ali. Eles queriam saber o hotel em
que nós íamos ficar, mas nós não dissemos. Pelo menos hoje, precisávamos
dormir. Amanhã eles já teriam descoberto de qualquer forma...
Entramos nos táxis e fomos do Galeão até Ipanema, onde
ficava o Fasano, nosso hotel em meia hora. Eu e Josh fomos em um, Isabella e
Keegan em outro e Julie e Ian num terceiro. Tínhamos muita bagagem para um táxi
só. Josh foi abraçado comigo o tempo inteiro, já que não tinha muito o que
mostrar da Ilha do Governador à Ipanema à noite. Quando chegamos lá, eu juro
que quis sair do táxi e ir direto para a praia, era tão diferente das de LA.
Mas eu me contive e entrei no hotel como todos os outros. Fizemos nosso
check-in rápido e em pouco tempo estávamos instalados nos nossos quartos – que
tinham vista para a praia.
- Eu acho que não vou
arrumar mala nenhuma hoje. – Eu disse.
- Nem eu, estou exausto. – Josh respondeu.
- Preciso ligar para a minha casa. – Eu disse sorrindo.
- Liga, eu vou tomar um banho. – Ele me deu um beijo e foi
fuçar na mala atrás de uma roupa para vestir.
Peguei o telefone e disquei o número de casa – sem todos
aqueles códigos – e estava quase desistindo no décimo toque quando alguém
atendeu com voz de sono. Meu pai.
- Alô. – Meus
olhos se encheram d’água assim que eu ouvi a voz dele
- Oi pai. É a Anne.
- Anne? Aconteceu
alguma coisa? Porque você está ligando a essa hora? – E só aí eu resolvi
olhar o relógio e percebi que estava bem tarde.
- Ah, desculpa, eu esqueci de olhar a hora... Eu já estou no
Brasil, pai. Acabei de chegar no hotel aqui em Ipanema. – Eu estava chorando e
o Josh tinha largado as roupas e vindo ver o que estava acontecendo comigo.
- Que bom, minha
filha! – Ele também estava quase chorando. – É uma pena você ter chegado tão tarde, a gente queria te ver hoje.
- Eu também, pai. Mas amanhã, sem falta, eu chego aí com o
Josh, as meninas, o Keegan e o Ian.
- Diz pra esse Josh
que ele vai ter que passar pelos testes da família. E pra esses namorados da
Julie e da Isabella que a gente também não vai aliviar para eles não, elas são
como minhas filhas. – Eu ri.
- Pode deixar que vou dizer. Eles estão com um pouquinho de
medo.
- É para ter mesmo. – Ele
disse brincando.
- Está tudo bem aí em casa, pai?
- Está sim. Sua mãe e
seu irmão estão dormindo.
- Eu vou desligar e te deixar dormir também. Amanhã nós
estaremos aí. Te amo, pai. – E eu chorei mais.
- Eu também te amo,
minha filha. Boa noite e até amanhã. – Desligamos. Josh me abraçou. E eu
tive que voltar a falar em inglês...
- Era meu pai. Ele disse que você vai ter que passar pelos
testes da minha família... – Ele enxugou as minhas lágrimas enquanto eu falava.
- Como seu eu já não estivesse com medo suficiente. – Ele
falou e eu ri.
- Se serve de consolo, a pressão vai cair para o lado do Ian
e do Keegan também. Mas o foco vai ser em você. – Ele arregalou os olhos. –
Pode deixar, eu te protejo. – Eu disse e ele me deu um beijo.
- Vou voltar para o meu banho. Tudo o que eu quero é cair
nessa cama e acordar só amanhã.
- Eu também. Vou logo depois de você. – Ele voltou a mexer
na mala e eu fui para a varanda. Apesar de ser noite, a praia ainda estava
movimentada. Num impulso, eu peguei um chinelo na mala, deixei um bilhete para
o Josh na cabeceira e fui para a praia. Eu precisava colocar os pés na areia da
praia do Rio.
Disparei feito uma flecha pelos corredores do hotel e quando
saí, senti o vento com a maresia nos meus cabelos. Isso costumava me irritar
quando eu morava aqui, mas depois de dois anos longe, eu não me incomodava.
Atravessei a Viera Souto correndo em direção à areia e quando cheguei lá, foi
como se fosse a minha primeira vez ali. Fiquei caminhando na faixa de areia que
estava na direção do hotel por uns dois minutos antes de me sentar, sem canga
mesmo e ficar só olhando o vai e vem das ondas. Pouco tempo depois, alguém se
sentou ao meu lado e eu quase achei que tinha sido reconhecida por algum amigo
antigo que estava perdido por Ipanema, mas era Josh. Com a mesma roupa que
estava antes, ou seja, ele ainda não havia tomado banho.
- Achou que eu tivesse fugido e veio atrás, foi? – Brinquei.
- Não, eu te vi da sacada quando voltei no quarto antes do
banho. Você pensou em fugir? – Ele brincou.
- De você? Nunca. Só estava com muitas saudades da minha
praia. – Ele me abraçou.
- Isso aqui deve ser lindo de dia.
- É incrível, você não tem noção.
- Tem certeza que você nunca pensou em voltar para o Brasil
definitivamente depois que a gente se conheceu? – Ele perguntou.
- Pensei sim. Principalmente quando nós estávamos separados.
Mas é muito complicado...
- O que é complicado?
- Se eu voltasse para o Brasil, teria que voltar sozinha. O
seu trabalho está todo lá. Uma das minhas melhores amigas vai casar com um
americano e a outra nem pensa em ficar no Brasil mais de um mês sem o namorado.
Eu não ia conseguir ficar aqui sem todos vocês. Sem você, principalmente.
- E se eu viesse para cá com você? – Ele perguntou.
- Nem brinca, Josh. A sua vida está lá. Aqui a sua carreira
não vai para a frente, o cinema no Brasil ainda é muito pequeno comparado a
Hollywood. – Eu falei de uma vez. E
depois percebi o significado do que ele tinha acabado de dizer. – Espera. Você viria para cá por minha causa?
- Eu já pensei nisso. Acho bom a gente comprar uma casa por
aqui, porque um dia nós vamos ter filhos e você vai querer que eles convivam
com a sua família e o seu país. Olha que legal, as crianças vão poder ter dupla
nacionalidade e crescer falando dois idiomas. No fim das contas, vai ser
prático para eles ter um pai americano e uma mãe brasileira. – Eu estava com um
sorriso bobo no rosto. O abracei pelo pescoço e nós caímos na areia.
- Eu amo você. – Eu disse em português. Acho
que nunca tinha falado assim antes.
- Hã?
- É eu te amo, em português. – Respondi em inglês e eu juro
que essa troca de idiomas estava começando a dar nó na minha mente.
- Repete.
- Eu amo você. – Repeti.
- Eu amo você. – Ele disse em português com um sotaque super
carregado que só fez com que tudo ficasse mais lindo. Eu sorri e dei um beijo
nele. Nós ficamos ali conversando por mais um tempinho até que começou a
esfriar demais. Olhei para o relógio e eram duas da manhã. Nós estávamos brincando
com a sorte, só isso.
Voltamos para o hotel o mais rápido o possível e finalmente,
tomamos banho e dormimos. Acordei às sete da manhã do dia seguinte com um sol
maravilhoso entrando da janela. Fui para a sacada olhar a praia e no instante
em que apareci, ouvi pessoas chamando o meu nome. Quando olhei para baixo, uns
vinte fãs estavam na porta do hotel. Às sete da manhã! Como eles conseguiram
descobrir onde nós estávamos de madrugada?
Acenei para eles da sacada e eu sabia que estava sendo fotografada com
cara de sono e cabelo despenteado, mas era tarde demais.
- Cadê o Josh? – Me perguntaram.
- Dormindo! – Respondi tentando não fazer muito barulho.
- Acorda ele, Anne!
- Não é tão fácil assim acordar o Josh, acredite em mim. –
Eu ri.
- Com quem você está falando? – Pois é, acho que tinha sido
fácil dessa vez.
- Tem fãs na porta do hotel. Eles pediram para te acordar...
- Como eles descobriram que nós estávamos aqui?
- Não faço ideia. Vem cá logo pra eles te verem! – Fiz um
sinal de silêncio antes do Josh aparecer que não adiantou nada, foi ele colocar
o nariz na sacada e todo mundo começou a gritar. – Vão expulsar a gente do
hotel...
- Vou trocar de roupa para falar com eles. Vem comigo. –
Pedimos para eles esperarem e trocamos de roupa rápido. Quando descemos, eles
gritaram mais ainda, mas dali dava para pedir silêncio.
- Gente, são sete da manhã, vocês vão acordar todos os
hóspedes e nós vamos ser expulsos! – Eu brinquei. Josh falou com todos os fãs
que estavam ali de cada vez. Deu autógrafo, tirou foto sozinho, eles pediram
para tirar foto comigo, foi fofo. Ele ganhou vários presentes e até eu ganhei
uma ovelinha de pelúcia super fofa. Agora como eles descobriram que eu gosto de
ovelhas, eu não sei.
- Ah, deixa eu perguntar uma coisa. Como vocês descobriram
que nós estávamos aqui? – Perguntei.
- Saíram fotos de vocês dois na praia de madrugada, nós
vimos e viemos para cá o mais rápido o possível. – Uma menina, Natália,
respondeu.
- Fotos?
- Sim, olha aqui. – Ela me mostrou no celular a página de um
site com várias fotos de quando eu e Josh estávamos na areia da praia na
madrugada anterior. Mostrei para ele.
- Eles foram rápidos. – Ele disse. Os seguranças do hotel já
estavam olhando para nós dois de cara feia. Nós tínhamos que subir. Mas antes,
Josh teve uma ideia.
- Quantos vocês são? – Ele perguntou.
- Catorze. – Natália respondeu.
- Vocês já tomaram café da manhã?
- Não.
- Hum... Ok. Nós precisamos subir, ou nos expulsam de vez.
Muito obrigado pelo carinho, de verdade. – Nos despedimos e entramos no hotel,
mas Josh não foi para o elevador que dava nos quartos, me levou direto para o
restaurante e pediu que entregassem catorze lanches para os fãs que estavam na
porta do hotel o mais rápido o possível e colocassem na conta dele.
Fomos tomar o nosso café da manhã e encontramos Julie,
Isabella, Ian e Keegan no restaurante.
- Já acordados? – Perguntei.
- Sim, nós dormimos assim que chegamos, não fomos admirar a
paisagem da madrugada na praia. – Keegan tinha voltado ao normal.
- Senti falta de você assim, Keegs. – Eu ri. Eu e Josh nos
sentamos junto com eles.
- E aí, qual é a programação de hoje, Ann? – Julie
perguntou.
- Vamos todos para a minha casa.
- Precisamos alugar um carro... – Isabella disse.
- Eu vejo isso na recepção quando nós acabarmos de tomar
café.
- E aí, Josh... Preparado para conhecer os sogros? – Keegan
brincou. Josh ficou vermelho.
- Super preparado. O pai dela disse que nós três vamos ter
que passar pelo teste da família da Anne.
- Nós três? Mas o namorado dela é você! – Ian disse.
- Acho que nós esquecemos de contar que nós três
praticamente fomos adotadas umas pelas famílias das outras, né? – Isabella
disse.
- Isso não vai ser legal. – Keegan falou.
- Ah vai. – Julie disse. – Vai ser no mínimo engraçado.
- Para nós três. – Isabella completou e nós começamos a rir.
Só paramos porque o meu celular tocou. E eu conhecia aquele número. De Nova
York.
Vocês ainda lembram do personagem que mora em Nova York? HAHAHA
Consegui postar hoje. Tarde, mas postei.
Espero que curtam ;)
Qualquer coisa, vão no ask!
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Joshanne é tão... *suspiro* <3
ResponderExcluirRio, Rio.. Quando vc fala da areia já sinto saudades de lá .-.
Ah, uma Hutcher Natália na fic, abri um sorriso na hora, haha :D
Eric, mais uma vez?
01:12. Eu tenho faculdade daqui a pouco.
ResponderExcluirQuero ver esses 'testes'.. Direitos Humanos na cabeça!
Dramalife is back, bitches!
Beijos turismólogos :*
awn Joshanne é vida cara!
ResponderExcluirEric? omg se for ele vou morrer!
Estou louca para ver como o Josh vai se sair com os sogros u_U HAHAHA
amei esse cap como todos os outros <3
Natália: Adorei o "suspiro", hehe
ResponderExcluirMaybe it's Eric, maybe not...
Natascha: The drama was never gone...
Anna: Isso do Josh com os sogros vais ser comédia, vdd.