01 - All the way to the edge of desire in a burning room

Muita coisa na minha vida mudou nesses cinco meses, depois da estreia de In New York’s Streets. Para começar, agora o mundo sabe que o meu namorado é um astro de Hollywood. Na teoria isso não muda nada, ele continua sendo o meu Josh. Mas na prática, agora as pessoas me param na rua para saber dele e até para tirar fotos. As coisas aumentam de intensidade quando eu, Isabella e Julie saímos juntas, porque agora todo mundo também sabe que elas duas namoram Ian e Keegan.

O filme bateu uns recordes de bilheteria e isso nunca me afetou tanto, para falar a verdade. Por quê? Porque isso afetou o meu bolso. A situação é a seguinte: Eu, Isabella e Julie cobrimos o filme e fomos responsáveis pela divulgação. E pela quantidade de gente que foi assistir, a divulgação deu certo. Isso quer dizer que o filme gerou mais lucros para a produtora e esses lucros foram repassados para os atores. E para algumas pessoas da equipe, o que foi o nosso caso. Não, nós não estamos ricas como os meninos... Mas agora cada uma tem o seu carro. E pode-se dizer que nossos armários cresceram significativamente, junto com a nossa conta bancária.

Ian, Keegan e Josh estavam vindo para o nosso apartamento. Era sábado de manhã e um jogo de vôlei masculino ia passar na TV. Nós estávamos especialmente interessados porque era Brasil x Estados Unidos.  O que eles não sabiam era que vôlei era o nosso esporte favorito... E que nós três estávamos devidamente vestidas com nossas camisas da seleção brasileira.

- Isso vai ser um pouco engraçado. – Isabella disse.
- O que?
- Nós três, com três namorados americanos, assistindo a um jogo do Brasil e torcendo contra eles.
- Hoje ainda é sete de setembro, estamos mais brasileiras do que nunca. – Eu disse.
- Eles superam o fato de que nós temos a melhor seleção de vôlei do mundo dos últimos tempos. – Julie disse. De nós três, ela era a mais competitiva.
- Calma, Julie, também não precisa disso tudo... - A campainha tocou. Eles não tocavam mais o interfone, subiam direto. - Não se esqueçam que nós temos que combinar alguns detalhes para a festa surpresa do Ian, ok? - Me sentia tão bem enganando a Julie desse jeito... Mas só porque era por uma boa causa. - Eu abro a porta. 

- Ok, eu acho que o clima de competitividade está bem alto por aqui hoje... – Eu disse quando abri a porta e percebi que ele três estavam vestidos com as camisas da seleção americana.
- Nós vamos vencer, vocês tem que aceitar. – Keegan disse enquanto me dava um beijo na bochecha e entrava.
- Tomara que a Julie não te ouça falando isso. Ian, sente no meio deles dois, senão hoje rola morte! – Brinquei.
- Pode deixar, Ann. Eu controlo eles dois. Com a ajuda da Isa, claro. – Ele me deu um beijo na bochecha exatamente como Keegan tinha feito e entrou. Só faltava o Josh.
- Você vai ficar aí na porta, é? – Ele estava parado, olhando para mim.
- Eu estava aqui me perguntando se com toda essa competitividade eu podia te beijar ou não... – Ele disse se aproximando.
- Você poderia fazer isso até se os nossos países estivessem em guerra.
- Bom saber. – Ele disse e meio segundo depois já tinha me beijado. Eu nunca me cansaria daquilo. Nunca. – Bom dia, minha Anne.
- Bom dia, meu Josh.
- Ei, vocês dois, o jogo vai começar!
- Eu quase tinha esquecido do jogo... – Eu disse.
- Se você quiser, é uma questão de tempo e lugar e a gente esquece dele de vez. – Ele disse me dando um beijo no pescoço. Eu agradeci mentalmente pela existência daquele mini corredor entre a porta e a sala. Ninguém além dele precisava me ver estremecendo daquele jeito.
- Meu Deus, alguém acordou animado! – Se ele propusesse aquilo outra vez eu corria o risco de aceitar. – Vamos para a sala, depois a gente continua o que quer que isso seja...
- Eu vou cobrar.
- Eu não vou esquecer. – Eu dei outro beijo rápido nele e nós fomos para a sala.

Faltavam poucos minutos para o jogo começar e nós dois nos sentamos no sofá grande junto com Isabella e Keegan. Manter Keegan e Julie separados era essencial para uma manhã saudável. Os dois eram competitivos demais. Os Estados Unidos começaram ganhando o primeiro set. Os meninos começaram a ficar confiantes demais.

- Calma... Ainda falta muita coisa. – Eu disse.
- Nós vamos vencer, eu disse. – Keegan sendo Keegan.
- Keegan, se vocês perderem, você vai ter que tirar uma foto com uma camisa do Brasil e por no twitter. – Ameacei.
- Feito. – Ele aceitou na hora.
- Mas, gente, esse uniforme de técnico não valorizou em nada as coxas do Giba, hein? – Isabella disse em português, claro.
- Graças ao bom Deus, as pernas do Visoto estão bem à mostra naquele shortinho... – Respondi.
- As do Bruninho também... – Julie disse.
- Por que vocês estão falando em português? – Ian perguntou.
- Para não esquecer o idioma, oras! – Respondi.
- Aposto que vocês estavam falando das pernas dos jogadores. Visoto, short... – Josh disse olhando para mim. – Você acaba aprendendo alguma coisa quando convive com brasileiras...
- São só pernas, meu amor. – Pensei que eram pernas muito bonitas, mas não precisava dizer isso a ele. Dei um beijo na bochecha dele e nós voltamos a assistir o jogo, o segundo set tinha começado, mas eu sabia que ele ia falar disso depois.

No fim de quatro sets, o jogo estava empatado. No tie break, eu e as meninas já quase não tínhamos mais pele nos cantos dos dedos. Nós três estávamos em um lado da sala e os meninos estavam em outro. Nós podíamos nos amar, mas ali éramos adversários. E nós três podíamos estar nos EUA, mas era o dia da independência do nosso país e nós estávamos com saudades.

- Match point pros EUA, socorro. – Julie disse.
- Eles vão salvar. – Falei. E eles salvaram com um ponto.
- Mais dois e a gente ganha. – Isabella disse. Dito e feito, eles fizeram mais dois pontos e nós ganhamos.
- Keegan, prepare-se para comprar uma camisa da seleção brasileira! – Eu disse, e logo depois alguma coisa me chamou a atenção. O nosso Hino Nacional estava tocando na TV e quando percebi, eu, Isabella e Julie estávamos chorando. Os meninos pararam de brincar sobre o resultado do jogo quando perceberam que era sério.
- Hey, não precisa chorar... – Josh me abraçou.
- É só saudade de casa, vai passar.
- Eu tiro a foto com a amarelinha, gente, não precisa apelar. – Keegan brincou.
- Você vai tirar foto com essa camisa de qualquer forma, Keegan. – Eu disse. – Mas o problema não é esse...
- Nós estamos aqui há quase três anos sem voltar lá, sem ver as nossas famílias... – Julie disse.
- E hoje é o Dia da Independência de lá... Eu nunca achei que fosse dizer isso, mas estou com saudades dos desfiles cívicos.  – Isabella disse.
- Eu estou com saudades de tudo!
- Eu acho que vocês deviam ir visitar as famílias de vocês. – Ian disse. – Por que vocês não aproveitam as férias que vão ter mês que vem?
- É uma boa ideia, baby. – Julie respondeu.
- Vocês podiam vir conosco e conhecer as nossas famílias. – Falei.
- Mas nós não falamos português... – Josh disse.
- E o pedaço do “você acaba aprendendo alguma coisa quando convive com brasileiras” fica aonde, Joshua?
- Sem dizer que nós conhecemos as famílias de vocês... E, claro, vocês não vão sair de perto da gente, nós vamos trabalhar de tradutoras integralmente.  – Julie disse.
- E depois de três semanas lá vocês vão voltar falando alguma coisa... – Isabella falou.
- Três semanas?
- Sim, uma semana no Rio, uma em São Paulo e uma em Minas. Ou vocês acham que existe possibilidade de nós nos separarmos no Brasil outra vez?
- Não existe.
- Então está combinado, todos nós vamos ao Brasil... Certo? – Julie perguntou, claramente, para os meninos.
- Por mim, certíssimo. – Ian disse.
- Por mim também. – Keegan respondeu.
- Eu sempre quis conhecer a sua família. – Josh disse. Eu sorri. Isso ia ser épico.
- Minha mãe vai pirar... – Isabella disse. – Nossas mães vão pirar.
- Eu vou ver o meu irmão... Ele já deve estar maior que eu! – Eu disse.
- Se eu soubesse que vocês iam ficar tão felizes tinha sugerido isso antes. – Ian disse.
- Você é um gênio, Ian. – Isabella disse.

Nós passamos o resto do dia falando disso. Ligamos para casa e avisamos que íamos. Todos mundo pirou, de verdade. Nós estávamos oficialmente contando os dias para ir para o Brasil, mas ainda tínhamos coisas a resolver por aqui...

- Hey, você me deve uma continuação “do que quer que aquilo fosse”. – Josh disse no fim da tarde. Estávamos jogados na minha cama.
- Eu... Esqueci! Desculpa, me empolguei com o Brasil... – Eu tinha esquecido, de verdade.
- Você disse que não esqueceria... – Ele fingiu indignação. – Agora vai ter que sucumbir aos meus desejos. – Ele me puxou para mais perto.
- E quais são eles?
- O primeiro é fácil. Um beijo. – Dei um beijo nele.
- E o segundo?
- A sua noite inteira.
- Outra coisa fácil. Preciso arrumar uma bolsa?
- Não, você já tem coisas suficientes na minha casa.
- Mais algum desejo?
- Você. Comigo. Pro resto da vida.
- Eu não pensava em outra coisa. – Ele me deu um beijo. E mais alguns depois desses.

Jantamos no apartamento com Ian, Keegan, Isabella e Julie. Depois fomos para a casa dele. Era infinitamente melhor poder sair do carro na porta da casa dele e não ter que sair dentro da garagem, me escondendo. Agora os vizinhos até me conheciam e me cumprimentavam quando eu chegava aqui sozinha. Nós entramos, e como sempre, eu me joguei no sofá dele. Adorava aquele sofá, por incontáveis razões. Ele se sentou ao meu lado.

- Seu cd do John Mayer ainda está aqui em casa? – Ele perguntou.
- Provavelmente, não lembro de ter levado. Por quê?
- Porque eu tive outro desejo, do nada...
- Qual?
- Você vai ver. – Ele se levantou e procurou o meu cd na estante dele. Quando encontrou, colocou no rádio e eu vi que ele escolheu a música que tocaria. Ele se virou quando a ela começou.
- Edge of Desire? Gostei... Mas usar John Mayer contra mim é covardia, Joshua.
- Você ainda não viu nada. – Ele estendeu a mão e quando eu me levantei e fiquei ao lado dele, ele apagou as luzes com o controle. Ficamos praticamente no escuro total, a única luz era a da lua que entrava pela janela.
- Josh, o que vo... – Eu tentei dizer quando ele colocou os meus braços em volta do pescoço dele e me abraçou pela cintura.
- Shhh. Eu vou te guiar, não se preocupe.
- Ok, eu confio em você. – Fechei os olhos, já que não enxergava nada mesmo e apoiei a cabeça na curva do pescoço dele. Ele me guiou no ritmo da música e foi realmente difícil continuar ali quando ele cantarolou um pedaço da letra no meu ouvido.

“Don’t say a word, just come over and lie here with me, cause I’m just about to set fire to everything I see, I want you so bad I go back on the things I believe… There I just said it; I’m scared you forget about me. So young and full of running, all the way to the edge of desire, steady my breathing, silently screaming ‘I have to have you now’ “

Ele me deu um beijo no meio da música e eu cheguei à conclusão de que adorava quando ele fazia essas coisas. A grande verdade é que eu não podia estar mais apaixonada. Quando a música acabou, eu achei que ele fosse falar alguma coisa, mas ele continuou no lugar, exatamente do mesmo jeito. Eu entendi quando outra música começou... E ele pegou pesado dessa vez.

- Essa música? Isso é covardia comigo, você sabe que eu fico fora de mim ouvindo isso.
- Era bem isso que eu queria, sua boba. – Fiz uma anotação mental para brigar com a Isabella e Julie que disseram para ele que eu tinha isso com Slow Dancing in a Burning Room. Mas aí ele me deu um beijo e eu decidi mudar a briga da anotação mental para um agradecimento. O fato é que eu não fico muito normal quando ouço essa música, ele estava se aproveitando na cara de pau e eu estava gostando. – My dear, we’re slow dancing in a burning room. – Ele cantou no meu ouvido, deu um beijo no meu pescoço e eu arrepiei. Naquele momento eu já tinha esquecido do meu nome. Era a melodia, o Josh, o lugar – a sala tinha ficado realmente quente, a situação, tudo cooperava para me deixar daquele jeito e contava pontos a favor dele.
- Ok, você venceu, já pode parar de me torturar. – Eu disse, ele me beijou e eu não lembro nem de ter chegado ao quarto dele. Só sei que acordei de madrugada com o rádio da sala tocando as mesmas duas músicas. Me levantei, desliguei e voltei para o lado dele. Pelo resto da noite.

I'm baaaaaaaaaaaack, babies!
Season 2 está aqui OFICIALMENTE!
Vamos pirar com a Ann no John Mayer? 
Slow Dancing in a Burning Room:
Quem se arrisca a dizer como foi essa noite aí, hein? 
PS: Meu ask.fm está aí pra vida... 
Perguntas sobre a fic ou não serão muito bem vindas e todas respondidas, HAHA

10 comentários:

  1. PERFEITOOOOOOOOOOOO giba neles bitches! keeg com a camisa da seleção e meu coração para! haha amei amei amei, que venha BR! *o*

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  2. AIMEUDEUSQUECOISAMAISLINDA AAAAAAAAAAAHHHH <3 Joshanne = muito ♥♥♥

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  3. HAHAHAHA, já to me vendo tendo que te acudir quando Keegan vier pro Brasil e surgir com a camisa da seleção! QUE VENHA BR! Treeeeeeeeeeeeta ;)
    Thanks twin ♥

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  4. Mas né... fossa John Mayer inspirando capítulos incríveis. Você é incrível, amiga!!
    Posta mais! Posta mais!

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  5. AAAAAAAAAAAAAAAH! Já começou a 2ª temporada magavilhosamente bem!!!!
    Joshanne ♥
    Ah, eu nunca tinha parado pra escutar John Mayer antes, e agora que escutei curti o som dele, muito bom :D
    Veeeeeeeeeeeeeem Brasil õ/ Surpresas e mais surpresas que vem por aí, haaa


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  6. AAAAAAAAAAAAAAAAAAh, depois de um dia horrível no trabalho, isso era tudo o que eu precisava.

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  7. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!! MARAVILHOSO! *-*

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  8. Thaís: Só vi seu comment agora! Joshanne muuuuuuuuuuuuuito ♥♥♥♥♥♥♥♥♥
    Natascha: Obrigaaaaaaaaaaada amiga ;)
    Natalia: MENINA DO CÉU, OUÇA A MAIOR QUANTIDADE DE JOHN MAYER QUE VOCÊ CONSEGUIR!
    Júlia: AWN gê, que bom que eu te ajudei ;)
    Anna: OBRIGAAAAAAADA ;)

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  9. AIIII PARA KLHASKJDHAKJHFKDJAHFJKA BITCH VC TA BACKKKKK HFJKADHFSLDHFKAJHASJHD S2 CORAÇAOZINHO PRA TU

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  10. Joshanne is back!!!!!! Muito legal e se eles derem uma passadinha na minha casa quando estiverem no Brasil, sem problemas...

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